segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Esse é o caminho

Por João Victor Jacetti de Oliveira

A vitória por 1 a 0 contra Gana valeu mais do que um resultado positivo para Mano
(Foto: bagarai.com.br)

O ônibus do treinador Mano Menezes ainda não chegou lá, mas, nesta segunda-feira, ele parece ao menos ter reencontrado o caminho para o bom futebol. Para isso alguns consertos foram feitos. Os três primeiros reparos foram testados hoje, mas já haviam sido feitos. Nosso motorista deixou de ser teimoso e finalmente parou para trocar o pneu traseiro esquerdo que estava meio murcho, o volante, e reforçar o câmbio, que não conseguia passar das marchas mais lentas.
O novo pneu rendeu muito bem. O lateral esquerdo Marcelo fez uma boa partida, não ficou devendo defensivamente quando exigido e se lançou várias vezes ao ataque, participando de algumas boas articulações de jogadas, coisa que André Santos não vinha conseguindo. Fernandinho não é o mais incrível dos volantes, com direção elétrica ou hidráulica, mas já foi melhor do que Ramires e, apesar de não ter feito partida brilhante, se destacou dando a assistência para o gol. Mas o que com certeza melhorou foi o câmbio.
Ronaldinho Gaúcho estava em campo, simples assim, o camisa 10 da seleção não foi brilhante, mas a verdade é que sua simples presença torna nossa seleção  num veículo automático. Ninguém seria sobrecarregado por ter que mudar sozinho a marcha, Ronaldinho dá naturalidade ao time, tira a responsabilidade da garotada, e, acima de tudo, melhora o ritmo do jogo. A presença do meia do Flamengo parece ter dado a todos uma tranquilidade que não se via antes, além de fazer com que a torcida e o adversário tivessem um respeito para conosco que não se via recentemente.
O quarto reparo foi feito durante os treinos e também posto à prova hoje. Mano entendeu que não adiantava mais tentar deixar algo tão grande quanto um ônibus ou uma seleção brasileira apenas rápida e apostou em um pouco mais de estabilidade. O atacante pato deu lugar ao centro avante Leandro Damião. Mudança providencial. Ele, que não é tão ágil ou habilidoso quanto o resto das opções de ataque, mostrou que presença de área é fundamental fazendo o gol da vitória.
Depois de tantos reparos a equipe ficou montada com Neymar e Ronaldinho nas pontas, Ganso flutuando na meia para municiar o ataque, e Damião enfiado à frente. O apoio de trás vinha principalmente com os laterais.

Infelizmente, logo no comecinho do jogo, a perda de Ganso frustrou os planos de Mano Menezes. A entrada de Elias na meia deixou a equipe um pouco mais defensiva, por se tratar de um homem que vem de trás ele não podia se encarregar da armação da equipe, assim, coube ao jogador mais experiente e versátil da frente, que a pouco tempo era o inconstante Robinho, centralizar um pouco mais seu jogo, abrindo espaço para o substituto de Ganso entrar no vazio que ele deixava.



O Brasil foi ajudado por ter um homem a mais, mas o fato é que a equipe que esteve em campo no segundo tempo trouxe de volta algum otimismo ao torcedor. A entrada de Hulk no lugar de Fernandinho encaixou time. Elias foi recuado para sua posição original, e finalmente nosso ônibus conseguiu um volante de qualidade. Ronaldinho assumiu de vez a função de câmbio-armador, flutuou pelo campo todo, e foi o maestro do jogo. Neymar voltou para a esquerda, espaço que estava com o armador flamenguista, e Hulk tomou conta da direita, o Brasil conseguiu um esquema no qual tudo pareia funcionar, talvez o melhor esquema ra esbelecer um padrão de jogo.



As peças desta formação do segundo tempo talvez ainda não sejam as ideais. Ganso não esteve na armação, Ronaldinho poderia jogar no lugar de Neymar e este no de Hulk. Elias é apenas uma das ótimas opções que temos para volante e ainda precisa ser testado de fato como titular da posição. O Brasil continua com problemas na suspensão, a suspensão de Hernanes, que parece ter pegado um gancho interminável com Mano depois de ser expulso contra a França. Enfim, nada está perfeito, mas pelo menos o ônibus parece estar de volta na estrada, e esperamos que dessa vez Mano Menezes acerte o caminho.

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