sábado, 5 de novembro de 2011

God save the Citizens



O espanhol David Silva vem sendo um dos destaques do time
(Foto: Reuters)

Que temporada faz o Manchester City! Isso é o mínimo que se pode dizer até agora sobre o time de Roberto Mancini. Se na temporada passada o City já havia feito uma boa Premier League, se classificando para a Champions League desse ano e ganhado a Copa da Inglaterra, a temporada 2011-2012 promete ser inesquecível para os torcedores.

Antes da temporada ter início, os Citizens já davam indícios de que ela seria boa. Foram contratados o meia Samir Nasri e o lateral Gael Clichy, da seleção francesa, e o atacante Sergio Aguero, titular absoluto no seu antigo clube, o Atlético de Madrid.

Na Premier League, já são 11 jogos, com 10 vitórias e apenas um empate, com um aproveitamento de 93,9%. A estreia foi diante do discreto Swansea City, e o time de Manchester venceu por 4 a 0. Após esse resultado, vieram vitórias contra o Bolton, Tottenham e Wigan. Somente na quinta rodada a equipe de Mancini viria a perder o aproveitamento de 100%, com o empate diante do Fullham. No entanto, as vitórias voltaram a aparecer: Everton, Blackburn e Aston Villa foram as três seguintes vítimas. Na nona rodada, o jogo era contra o Manchester United. Apesar do adversário forte, os Citizens nem tomaram conhecimento da equipe rival e venceram por 6 a 1.

O jogo foi histórico e o City humilhou os rivais em pleno Old Trafford, com dois gols de Balotelli, dois de Dzeko, um de Agüero e um de David Silva. Os dois resultados seguintes também foram de vitória, contra o Wolverhampton e Queens Park Rangers. Resumindo, os Citizens têm o melhor ataque, com 39 gols marcados em 11 jogos (uma média de 3,54 gols por jogo), e a segunda melhor defesa, com 10 gols tomados (atrás apenas do Newcastle, que tomou só oito gols até a 11ª rodada), com um saldo de 29 gols- pró. A distância para o segundo colocado, o Manchester United, é de cinco pontos.

Pelo caminho mais difícil

Se na Premier League tudo vai bem, na Champions League não é bem assim. Não que a campanha seja ruim, mas o City é o segundo do seu grupo, atrás do Bayern de Munique. O time bávaro, aliás, faz uma temporada brilhante: é o líder da Bundesliga e conta com a grande fase do centroavante Mario Gómez - o Super Mario. No entanto, o Grupo A da Champions é o mais disputado, com o próprio Manchester City, Bayern de Munique, Napoli e Villareal, todas equipes capazes de brigar pela classificação para a fase de mata-mata. A campanha da equipe de Mancini conta com duas vitórias - ambas contra o Villareal - um empate diante do Napoli, e a derrota sofrida na estreia, contra o Bayern de Munique. Porém, os Citizens ainda jogam contra o próprio Bayern, em casa, e contra o Napoli, fora.

E, por trás dessa campanha avassaladora, está um elenco repleto de estrelas. O time tem o bom goleiro Joe Hart; uma defesa consistente, com Micah Richards, Kompany, Lescott e Kolarov; um meio campo formado por Gareth Barry, Yaya Touré e David Silva, que vive um momento incrível, além de Samir Nasri no banco; e um ataque dos sonhos, com nomes como Balotelli, Tevez, Agüero e Dzeko.

Rumo ao topo

O clube, comprado pelo Abu Dhabi United Group em 2008, começou a investir pesado em contratações: no mesmo ano, o time já foi ao mercado e fez propostas para vários jogadores, tendo contratado o brasileiro Robinho por £32.5 milhões. Em 2009, os principais contratados foram Gareth Barry, Tevez, Kolo Touré, Adebayor e Lescott. Em 2010, chegaram Yaya Touré, David Silva, Kolarov, Balotelli e James Milner. No início de 2011, o City trouxe Edin Dzeko, que havia sido um dos principais nomes do Wolfsburg na conquista do Campeonato Alemão. A cada ano, a colocação do City melhorou, e,  na temporada 2011-2012, o time colhe os frutos que foram plantados desde 2008.

Para quem não se lembra, a equipe do Barcelona também começou a ser montada assim: em 2004, os principais contratados foram Ronaldinho e Rafa Márquez (o brasileiro custou €27 milhões); em 2005, chegaram Eto’o e Deco, por €24 milhões e €21 milhões, respectivamente. A diferença é que o Barça já investia na formação de jogadores: em 2003, o time já contava com Xavi e Puyol, ambos da base e titulares do time, e ainda teve Iniesta e Valdés promovidos; em 2005, quem subiu para o time profissional foi Lionel Messi; em 2007, as jovens promessas eram Giovanni dos Santos e Bojan.  Nomes como Piqué, Busquets e Pedro ainda surgiram no decorrer dos anos. Quem sabe em alguns anos, se seguir os passos corretos, o City não se torna o melhor time do mundo?

Um comentário:

  1. No futebol existem duas formas de sucesso:
    1) Investimento pesado em atletas já consagrados
    2) Investimento nas nas equipes de base
    É muito difícil prever o que acontecerá nos próximos anos, entretanto atualmente os dois times da moda ( Barcelona e Santos ) investiram na formação da base, assim como também o São Paulo há alguns anos e o Guarani há muito tempo também investiram e colheram resultados surpreendentes.
    Por tudo isso creio que a simples aquisição dos melhores jogadores provoca um retorno imediato, porem com o investimento na formação das equipes de base consegue-se um retorno de médio prazo e mais duradouro.
    José Maria

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