quarta-feira, 27 de julho de 2011

Campeonato dos repatriados

Por Wagner Alves



Uma matéria da VIP de bem antes de começar o Brasileirão diz tudo: esse tem tudo para ser o campeonato dos repatriados. Claro que a revista masculina se referia aos filhos prodígios que deixaram o Brasil no auge de suas carreiras para jogar no exterior e, agora - a maioria em certa decadência – volta com mala e cuia para casa. O mais desavisado e otimista leitor poderia pensar que tais jogadores iriam fazer de gato e sapado os adversários de casa de menor nível. Contudo, os animais e os calçados parecem ter ficado na mala que espera a volta para Europa, pois nenhum se destacou como se esperava – sem nenhum exagero.


Começando por Ronaldinho Gaúcho, craque consagrado no Barcelona, duas vezes melhor do mundo pela Fifa e campeão mundial, não era de se esperar menos que um espetáculo por jogo do dentuço.  Embora tenha um bom passe aqui, uma jogada de efeito ali, Ronaldo não demonstra no Flamengo aquele futebol que fez Galvão Bueno gritar loucamente quando o, ainda menino, Ronaldinho chapelou toda seleção Venezuelana e arrematou um dos gols mais bonitos da Seleção.



Na tentativa de conquistar o Mundo, o Timão traz de volta um Imperador. Outro grande jogador – e jogador grande – que volta para os gramados brasileiros é Adriano. Volta entre aspas, pois o imperador está machucado das batalhas da Europa e dos treinos e deve voltar ao gramado somente em setembro, quando muita água já tiver rolado desde o início do certame. Esperemos para ver o que se dá.



Já o dinossauro Rivaldo, aos 38 anos, volta ao Brasil para pendurar as chuteiras. Depois da Copa da 2002, o craque sumiu do mapa até voltar para o São Paulo nesse campeonato. Não pode brilhar no time ainda por conta do ex-técnico Carpegiani que se negava a dar espaço para o veterano. Contudo, é uma das apostas do São Paulo para a temporada.





O caso mais interessante talvez seja do Elano. Depois de uma temporada na Europa, o jogador volta e manda bem no Santos ao lado de Neymar e Ganso. Mas na Seleção, sabe-se lá se foi o gramado, a gravidade, a pressão, ou a torcida de Mick Jagger, mas o jogador abriu horripilantemente a pior sequência de pênaltis da Copa América 2011.


Muitos outros voltaram para deixar mais bonito o futebol nacional como Liédson, agora naturalizado Português, voltando ao Corinthians e Mancini que volta ao decadente Atlético-MG depois de uma grande temporada na Itália (passou por Roma, Inter e Milan).
Com esses craques de volta, há de se esperar uma boa temporada para esse ano. Aguardemos.

Obs.: Embora todos sejam muito esperados em seus times, nenhum voltou tão ou mais ídolo do que quando saiu que Ronaldo. O Fenômeno conseguiu cativar torcedores do Corinthians e fora dele, provando que talento não tem time. 

Um comentário:

  1. O interessante é que os atletas que voltam ao Brasil causam imensa euforia e enchem de esperança as torcidas, que acabam desiludidas quando percebem que os "craques" não conseguem corresponder as expectativas.

    Por enquanto, Renato e Dudu Cearense não foram nem sombra dos jogadores que brilharam no Sevilla e no Olympiakos.

    Em relação à Denilson e Henrique, que retornam para reforçar São Paulo e Palmeiras, respectivamente, estou muito otimista, pois são jovens promissores que não tiveram muitas oportunidades exterior, portanto, ainda buscam atingir seu auge técnico.

    Um caso curioso é o de Luís Fabiano, que sofreu com uma série de lesões e ainda nem pode estrear em solo Tupiniquim. Seu retorno ainda é incerto e seu desempenho, em minha opinião, é uma incógnita.

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