segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Tradição Surpreende Novamente...


Por João Victor Jacetti de oliveira
Suárez abriu o placar da final contra o Paraguai...
(Foto: amplanet.com.br)
Neste domingo, dia 24 de julho de 2011, um gigante, até pouco tempo atrás adormecido, voltou a nos surpreender. Deixemos a Fúria de lado para dizer: o Uruguai é a seleção do momento, e a final da Copa América foi apenas a confirmação final deste fato. Uma partida que não deixou dúvidas. Desde o início a seleção celeste mostrava que seria capaz daquilo que nem o país do futebol, nem a terra do melhor jogador do mundo conseguiram: fazer jus ao seu favoritismo.

A seleção de Forlán, Lugano e Luis Suárez pressionou o Paraguai de forma brutal. A equipe paraguaia, que já havia passado "sabe-deus-como" por Brasil e Venezuela em dois jogos onde foi absolutamente inferior, contava mais uma vez com a marcação para tentar vencer. A seleção, que tem como destaque o goleiro Villar, chegou à final sem ganhar um jogo que seja, passou por duas disputas de pênaltis, e teve, como seu próprio técnico afirmou, a sorte como principal, se não único, mérito.

Podemos dizer que, ao longo deste torneio, o Uruguai já era, de fato, a única seleção que se provava tradicional e favorita. Enquanto os gigantes Brasil e Argentina fiavam pra trás, os uruguaios, além de passarem pela dona da casa, não correram riscos contra o fraco peru nas semifinais, e ontem, mais uma vez, foi muito superior. Logo no começo, houve um pênalti absolutamente claro não dado, mas a sorte paraguaia (finalmente) acabou por aí, e a vitória veio tranqüila, pelo placar de três a zero.

O time do grande técnico Oscar Tabárez é forte desde o começo. O goleiro Fernando Muslera, apesar de não ter feito grande campanha no italiano, se mostra, quando joga por seu país, um arqueiro muito confiável, e foi o principal responsável pela classificação nas oitavas de final contra a Argentina. A defesa, completa por Maxi Pereira na direita, Cáceres na esquerda, e os zagueiros Lugano e Vitorino (além da revelação Coates, que também briga por espaço) é muito consistente, até porque o trabalho de marcação do meio campo é muito bem feito.

Meio campo este que não tem nada de brilhante. Perez e Arévalo são cães de guarda. Nenhum dos dois possui o toque refinado que queremos de nossos volantes, mas ambos são marcadores vorazes, que protegem a entrada da área deforma muito eficaz. Álvaro Pereira e Gonzáles são os dois que tentam atacar um pouco mais, ambos são jogadores velozes, mas a grande verdade é que eles também são mais marcadores do que qualquer outra coisa. O setor ofensivo fica realmente todo na mão da dupla de ataque.

Diego Forlán e Luis Suárez foram impecáveis. O melhor jogador da Copa do Mundo de 2010 e o melhor jogador e artilheiro desta Copa América fizeram partida brilhante ontem, marcaram os três gols da final (dois de Forlán e um de Suárez), e mostraram que são dois dos mais estupendos atacantes da atualidade. Aliás, coisa que ambos já fazem desde o ano passado, Forlán na seleção e Suárez não apenas com a camisa celeste, mas também sendo o grande destaque do Liverpool, da Inglaterra, em sua arrancada de recuperação no segundo turno da premiere league (que começou com a chegada do atacante.). Isso porque pouco se fala de Cavani, terceira peça deste ataque, que foi artilheiro do campeonato italiano do ano passado, teve bela participação na Copa da África, estava contundido e não participou dos momentos decisivos desta campanha.

O quarto lugar na Copa da África e o prêmio de melhor jogador da copa dado a um uruguaio, além da ascensão de suas estrelas, são coisas que mostravam já no ano passado o que estava por vir. O Uruguai voltou a jogar futebol. Desde o ano passado a equipe se reergueu no esporte, portanto quando formos falar de futebol, aqui ou em qualquer lugar, vamos sempre nos lembrar: se falarmos em América, estaremos falando em Uruguai.

PS: Vale lembrar também que, além de surpreender pelo futebol mostrado, a seleção, conhecida por ser muito violenta recentemente, surpreendeu também ao ganhar o troféu fair play da competição, e como se isso não bastasse, ele foi entregue nas mãos do já conhecido dos brasileiros, Diego Lugano, zagueiro com fama de "carniceiro".

Loco Abreu: "Entregar o troféu de fair play a Lugano é como entregar o Nobel da paz a Osama Binladen.".


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