terça-feira, 18 de outubro de 2011

Caiu de novo

Adílson Batista é demitido pela 3ª vez no ano (Foto: Agência Estado)

                 Depois da derrota do São Paulo por 3x0 para o Atlético-GO, o técnico Adílson Batista foi demitido.  A saída do treinador aprofunda ainda mais a crise no time do Morumbi. A seis rodadas sem vencer e faltando oito para o final da competição, o Tricolor irá lutar por uma vaga na Libertadores (quiçá pelo título) com o interino Milton Cruz.
                É claro que a culpa do mau momento do São Paulo não é toda de Adílson Batista e mais uma vez assistimos ao técnico pagando o pato pelo mau desempenho dos jogadores. Aliás, essa cena volta a se tornar cada vez mais presente no futebol brasileiro. Parece que os clubes desaprenderam que manter um técnico por um longo período é um dos dez mandamentos para o bom desempenho da equipe em um campeonato de 38 rodadas.
               Porém, a passagem decepcionante do treinador mostra principalmente a falta de convicção e o despreparo da diretoria do clube. Antes do empate contra o Internacional (há duas rodadas), o presidente Juvenal Juvêncio elogiou Adílson, mostrou confiança no seu trabalho e prometeu mantê-lo para o ano que vem. Balela! Se a diretoria acreditasse realmente que Adílson pudesse trazer conquistas ao clube, ela manteria o técnico no cargo, assim como o Corinthians fez com Tite, por exemplo. E, para piorar, a desculpa dada pelos cartolas são paulinos foi bem “meia-boca”: segundo eles, a torcida iria pressionar o treinador depois da goleada sofrida.
                A verdade é que o grande erro do São Paulo aconteceu há três meses, quando a diretoria contratou Adílson Batista. É fato que ele fez um belo trabalho no Cruzeiro ano passado e era cotado para ser um dos grandes técnicos do país. Porém, depois da saída do clube mineiro, Adílson teve passagens rápidas e sem sucesso no Corinthians, Santos e Atlético-PR. O São Paulo assistiu ao erro de três clubes e, ainda assim, apostou no mesmo erro. Antes da chegada do técnico, Dorival Júnior foi oferecido ao Tricolor. Mas, muito provavelmente por teimosia, Juvenal Juvêncio resolveu apostar suas fichas em um nome que quase todo mundo sabia que não ia dar certo. E de fato não deu. Adílson não conseguiu organizar a equipe, armou mal o time, insistiu em peças que não estavam dando resultado e teve o baixo aproveitamento de 45%. Assumiu o time na segunda colocação, e deixa-o em sexto lugar.
                A exemplo de vários outros clubes brasileiros, o Tricolor não consegue manter um bom técnico por um longo período. Desde a saída de Muricy, as coisas desandaram no São Paulo. Falta planejamento e sobra arrogância. Toda essa situação evidencia que o São Paulo, sempre tido como um clube diferenciado por sua organização, está se tornando um time comum, que insiste em cometer erros comuns.
@renanfantinato

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