por Felipe Altarugio
Edno comemora o incontestável e brilhante título da Portuguesa
(Foto: UOL Esportes)
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Na tarde do último sábado, o Campeonato Brasileiro da Série B chegou
ao seu final. Com muita emoção, bola na rede e equilíbrio, o torneio deu passo decisivo em sua consolidação como grande campeonato.
Muito se questionava se a Série B teria o mesmo glamour sem
uma equipe ‘grande’, já que contou, ultimamente, com clubes como Atlético Mineiro,
Grêmio, Corinthians e Vasco, além do Coritiba, em duas edições, e de Palmeiras
e Botafogo, um pouco mais atrás. Nesse ano, porém, não havia antes do
campeonato nenhum grande favorito. Alguns apontavam o Goiás, pela tradição
recente na Série A, mas parava por aí. O resultado? Um campeonato equilibrado e
disputado até o final.
Os dois extremos da tabela foram, sim, um tanto
desequilibrados. Na primeira colocação, a Portuguesa terminou com 81 pontos
ganhos, impressionantes 17 pontos de distância para o segundo colocado, o
Náutico, e 21 à frente do Vitória, quinto lugar, primeiro a não se classificar
para a Série A.
Na ponta de baixo, o Duque de Caxias também impressionou.
Mas negativamente. Com um aproveitamento de 14% dos pontos, o time do Rio de
Janeiro somou apenas 17 pontos durante toda a competição, nove atrás do penúltimo,
o Salgueiro, e incríveis 31 pontos atrás do ASA, primeira equipe fora da zona
do rebaixamento. Ou seja, ainda que houvesse mais dez rodadas e o Duque
ganhasse todos os jogos, permaneceria rebaixado.
Salvo as duas exceções, talvez somando a elas o Salgueiro, o
equilíbrio foi total no campeonato. Do segundo lugar até o décimo sétimo
colocado, apenas 17 pontos de diferença (a mesma, curiosamente, entre
Portuguesa e Náutico, campeão e vice). Na Série A, para fazer uma comparação, a
diferença atual entre o segundo e o décimo sétimo lugar é de 29 pontos, próximo
do dobro em relação à Série B.
Emoção até o final: Sport bateu o Vila Nova fora de casa na última rodada para garantir o acesso à elite, mesmo debaixo de muita chuva.
(Foto: Terra)
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Com equipes parelhas e uma disputa acirrada, a Série B vem
conseguindo cada vez mais seguidores. Atualmente, são duas emissoras de
televisão aberta, a RedeTV! e a Bandeirantes, fazendo a transmissão dos jogos,
além do pacote pay-per-view PFC, da
Globosat.
Nesse ano, a Portuguesa fez bonito. Sobrou no campeonato e
conseguiu o título e o acesso. Junto a outro paulista, a Ponte Preta, e a dois
pernambucanos, os rivais Náutico e Sport, tem tudo para engrandecer a disputa
da Série A em 2012.
Ainda no saldo da Segundona de 2011, ficam as revelações de
jogadores, desde o matador da Ponte, Ricardo Jesus, ao carrapato Felipe, do
Bragantino, e até mesmo o despontar de treinadores, como é o caso de Jorginho,
ex-Palmeiras, que comandou brilhantemente a campanha da Lusa.
A qualidade da Série B é indiscutível. Embora se questione a
presença dos chamados ‘clubes ciganos’, que mudam de cidade e de nome, vale
ressaltar que nenhum desses deu vexame no campeonato. Nesse ano, foram três:
Americana, ex-Guaratinguetá; Boa Esporte, ex-Ituiutaba e Grêmio Barueri,
ex-Grêmio Prudente (que já era ex-Grêmio Barueri). Confuso. Mas, independente
disso, terminaram a Série B entre os dez primeiros colocados e se fortalecem
para a disputa no ano que vem.
Equipes tradicionais, como Vitória, Criciúma, Goiás, Paraná,
São Caetano e Guarani garantem, por si só, a força do campeonato em 2012. E a
eles podem se juntar Atlético Paranaense ou o gigante Cruzeiro, dependendo dos
resultados da Série A daqui a uma semana.
A evolução da Série B, principalmente após a adoção do
sistema de pontos corridos, é evidente. Desde então, essa evolução se deu no nível técnico e
também econômico da competição. Fato é que a Segundona está crescendo, e, seja por
seu equilíbrio, emoção ou a paixão dos torcedores, é, cada vez mais, um
campeonato de primeira.
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