segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Campeonato de primeira

Edno comemora o incontestável e brilhante título da Portuguesa
(Foto: UOL Esportes)
Na tarde do último sábado, o Campeonato Brasileiro da Série B chegou ao seu final. Com muita emoção, bola na rede e equilíbrio, o torneio deu passo decisivo em sua consolidação como grande campeonato.

Muito se questionava se a Série B teria o mesmo glamour sem uma equipe ‘grande’, já que contou, ultimamente, com clubes como Atlético Mineiro, Grêmio, Corinthians e Vasco, além do Coritiba, em duas edições, e de Palmeiras e Botafogo, um pouco mais atrás. Nesse ano, porém, não havia antes do campeonato nenhum grande favorito. Alguns apontavam o Goiás, pela tradição recente na Série A, mas parava por aí. O resultado? Um campeonato equilibrado e disputado até o final.

Os dois extremos da tabela foram, sim, um tanto desequilibrados. Na primeira colocação, a Portuguesa terminou com 81 pontos ganhos, impressionantes 17 pontos de distância para o segundo colocado, o Náutico, e 21 à frente do Vitória, quinto lugar, primeiro a não se classificar para a Série A.

Na ponta de baixo, o Duque de Caxias também impressionou. Mas negativamente. Com um aproveitamento de 14% dos pontos, o time do Rio de Janeiro somou apenas 17 pontos durante toda a competição, nove atrás do penúltimo, o Salgueiro, e incríveis 31 pontos atrás do ASA, primeira equipe fora da zona do rebaixamento. Ou seja, ainda que houvesse mais dez rodadas e o Duque ganhasse todos os jogos, permaneceria rebaixado.

Salvo as duas exceções, talvez somando a elas o Salgueiro, o equilíbrio foi total no campeonato. Do segundo lugar até o décimo sétimo colocado, apenas 17 pontos de diferença (a mesma, curiosamente, entre Portuguesa e Náutico, campeão e vice). Na Série A, para fazer uma comparação, a diferença atual entre o segundo e o décimo sétimo lugar é de 29 pontos, próximo do dobro em relação à Série B.
Emoção até o final: Sport bateu o Vila Nova fora de casa na última rodada para
garantir o acesso à elite, mesmo debaixo de muita chuva.

(Foto: Terra)

Com equipes parelhas e uma disputa acirrada, a Série B vem conseguindo cada vez mais seguidores. Atualmente, são duas emissoras de televisão aberta, a RedeTV! e a Bandeirantes, fazendo a transmissão dos jogos, além do pacote pay-per-view PFC, da Globosat. 

Nesse ano, a Portuguesa fez bonito. Sobrou no campeonato e conseguiu o título e o acesso. Junto a outro paulista, a Ponte Preta, e a dois pernambucanos, os rivais Náutico e Sport, tem tudo para engrandecer a disputa da Série A em 2012.

Ainda no saldo da Segundona de 2011, ficam as revelações de jogadores, desde o matador da Ponte, Ricardo Jesus, ao carrapato Felipe, do Bragantino, e até mesmo o despontar de treinadores, como é o caso de Jorginho, ex-Palmeiras, que comandou brilhantemente a campanha da Lusa.

A qualidade da Série B é indiscutível. Embora se questione a presença dos chamados ‘clubes ciganos’, que mudam de cidade e de nome, vale ressaltar que nenhum desses deu vexame no campeonato. Nesse ano, foram três: Americana, ex-Guaratinguetá; Boa Esporte, ex-Ituiutaba e Grêmio Barueri, ex-Grêmio Prudente (que já era ex-Grêmio Barueri). Confuso. Mas, independente disso, terminaram a Série B entre os dez primeiros colocados e se fortalecem para a disputa no ano que vem.

Equipes tradicionais, como Vitória, Criciúma, Goiás, Paraná, São Caetano e Guarani garantem, por si só, a força do campeonato em 2012. E a eles podem se juntar Atlético Paranaense ou o gigante Cruzeiro, dependendo dos resultados da Série A daqui a uma semana.

A evolução da Série B, principalmente após a adoção do sistema de pontos corridos, é evidente. Desde então, essa evolução se deu no nível técnico e também econômico da competição. Fato é que a Segundona está crescendo, e, seja por seu equilíbrio, emoção ou a paixão dos torcedores, é, cada vez mais, um campeonato de primeira.

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