por Amanda Melo
Abalável? (Foto: Divulgação) |
O burburinho que tomou as discussões futebolísticas nas últimas semanas diz respeito a um possível pedido de demissão de Teixeira. O dirigente estaria disposto a deixar a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. A aposta de renúncia do decadente cartola foi defendida, entre outros, pelos jornalistas Ricardo Perrone e Juca Kfouri.
Com os braços estendidos para agarrar a presidência da Fifa em 2015, as poucas aparições públicas de Teixeira são medida para não enterrar de vez sua imagem. A substituição de suas expressões carrancudas pelos sorrisos carismáticos de Ronaldo é só mais uma tentativa de blindagem. Para engrossar ainda mais o caldo, o ex-presidente do Corinthians e diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez, não se cansa de tirar as mãos do fogo e desfilar despreocupado em cima do muro. Com isso, não perde apoio e tampouco atrela-se às falcatruas de Teixeira.
Pelé, em contrapartida, que há muito mantinha-se distante das polêmicas, prontificou-se acerca do assunto. Segundo relato do jornalista inglês Keir Radnedge, o embaixador da Copa teria se aproximado de Joseph Blatter, presidente da Fifa, para mostrar-se a favor da saída do atual mandatário da CBF. Sob interesses duvidosos, é claro. O governo federal já se posicionou com certa antipatia em relação ao dirigente e não espanta que Dilma queira livrar seu mandato de escândalos de corrupção.
Keir Radnedge também apontou suposta união de Romário e Blatter com a intenção de afastar Teixeira do cargo. Temerosos devido à má fama de Teixeira, os mandatários da Fifa parecem querer desvinculá-lo da organização de seu maior evento. Em todo caso, o Baixinho precisa ter cuidado ao aliar-se à cartolagem suja para, paradoxalmente, atacá-la.
Fica a dúvida sobre que interesses esse aperto de mãos esconde (Foto: Divulgação/Fifa) |
O substituto de Ricardo Teixeira seria o vice-presidente José Maria Marín, recentemente envolvido em escândalo transmitido ao país inteiro. Enquanto a equipe do Corinthians era premiada pela vitória da Copa São Paulo de Futebol Júnior, no dia 25 de janeiro, Marín enfiou no bolso a medalha que seria entregue a Mateus. A euforia de que a CBF livraria-se de um imperador logo se esvai quando se vê que o substituto comporta índole tão ‘admirável’. Descartadas as esperanças, nota-se ainda que, muito provavelmente, o vice serviria a Teixeira como simples marionete.
Fato que ajuda a comprovar a hipótese do cartola fora dos cargos atuais é a demissão de seu tio, Marco Antônio Teixeira. Partida do dirigente, a decisão de eliminar alguém cujos interesses vão de encontro aos seus seria medida paliativa caso deixe a CBF.
Há de se desconfiar, porém, de tamanho cuidado de Ricardo Teixeira quando o Congresso Nacional exprime, em meio a uma teia de interesses, notável descaso na investigação das irregularidades no futebol.
Como no mundo da cartolagem ninguém larga o osso facilmente, saindo ou não, os anseios do dirigente continuarão sendo atendidos por qualquer nome que responda pela presidência da CBF. A renúncia seria apenas mais uma cartada.
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