por Felipe Vaitsman
Uma atitude patética protagonizada pelo atacante Kleber, do Palmeiras, nesta semana, fez vir à tona a discussão sobre a validade do fair play no futebol.
Nos minutos finais da partida contra o Flamengo, houve um lance de bola ao chão no qual essa deveria ser devolvida aos rubro-negros, mas o "Gladiador" chutou a gol, provocando uma grande confusão (o vídeo do lance está no fim do post).
Kleber errou. É óbvio que fez isso para agradar a torcida – e conseguiu. Os palmeirenses no Pacaembu foram à loucura.
Já os jogadores do Flamengo saíram de campo cuspindo abelhas contra o capitão do alviverde, que também não foi poupado das críticas por boa parte da imprensa.
Um dia após o jogo, na coletiva, o camisa 30 palmeirense teve a oportunidade de se defender. Disse que o fair play era hipocrisia pois beneficiava apenas o time que o praticava, se tratando de um acordo de cavalheiros apenas "até a página três".
Em partes, ele tem razão.
O fair play não está previsto nas regras do futebol. É uma atitude individual que deveria partir de cada atleta, portanto, não é obrigatória. É claro que existem casos louváveis dessa prática no esporte, mas em geral, é algo artificial e banalizado.
Inclusive, há situações em que o fair play pode beneficiar o antijogo. Não é nenhuma novidade ver um jogador simulando contusão para ter a bola colocada para fora.
Na coletiva, Kleber apontou diversa outras atitudes que descaracterizavam o tal "acordo de cavalheiros" e teriam sido cometidas pelos jogadores do Flamengo na partida. Ou seja, justificou seu erro pelos erros dos outros.
Do lado do Flamengo, também vimos os "santinhos" Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho forçando o terceiro cartão amarelo para serem suspensos do jogo contra o Ceará e chegarem "zerados" na sequência difícil do campeonato (confrontos com Santos, Grêmio e Cruzeiro).
Realmente, um show de fair play.
O que fica claro nessa história é que algumas situações não podem depender da honestidade e da ética dos jogadores, e sim do árbitro.
O fair play "protocolar", tão defendido pela FIFA, é sim uma grande hipocrisia, além de ser uma baita chatice. Que a arbitragem decida de quem vai ser a bola e se o jogo vai ser parado ou não...
E que o "jogo justo" seja algo sincero, digno de aplausos. Não essa palhaçada.
@felipevaitsman
Acho que o fair play por poder ser aplicado de tantas diferentes maneiras acaba sendo uma atitude mais de propaganda que esportista...
ResponderExcluirO clube não quer saber se foi justo, quer a vitória.
Me pergunto: haveria fair play em um jogo sem transmissão e sem a torcida?