domingo, 24 de julho de 2011

Pênalti e alfabetização

Por Wagner Alves

Photo/Ricardo Mazalan
Logo após a eliminação do Brasil na Copa América, ouvi inúmeros comentários sobre a cobrança de Elano e a capacidade do time paraguaio chegar tão longe através de empates. A maioria considerou uma vergonha o fato de os brasileiros errarem os quatro chutes. Pouco depois o senador Cristovão Buarque tuitou o seguinte questionamento: “Fala sério: você sente mais vergonha pelos pênaltis perdidos, ou por perdemos para o Paraguai na alfabetização?”.

De fato, vergonha maior é a segunda derrota. Mas a intenção desse artigo não é discutir educação. O que chama atenção é a intensidade com que os amantes de futebol discutem lances polêmicos, habilidades de jogadores e possibilidades de resultados; e praticamente ignoram toda consequência social, econômica e política do esporte.
Não vi nenhuma roda – que não seja de jornalistas – discutindo a megalomania que é fazer uma Copa do Mundo no Brasil, observando a precariedade das estradas nacionais e o caos que são os aeroportos brasileiros. O país não tem infraestrutura sem milhões em investimentos. Fica então a pergunta: Qual nossa prioridade, milhões em estádios, hotéis, centros de treinamento ou na educação e em escolas?
Todo Brasileiro tem um pouco de técnico, mas é necessário que sejamos também fiscais das obras públicas e discutamos se futebol é prioridade em um país com milhões de problemas. Gosto de futebol, de comentar, discutir, mas não troco a escola das crianças por um ingresso do jogo do meu time. Por que deixaria meu país fazer o mesmo?

Um comentário:

  1. Lembrando que o Brasil tem uma sequência de grandes eventos em 2013, 2014, 2015 e 2016. Serão quatro anos de investimentos bem direcionados ou quatro anos esquecendo a saúde, a educação, a segurança, etc?

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