sábado, 27 de agosto de 2011

Arbitragem a la Mundial

Por João Victor Jacetti de Oliveira
Edílson Pereira de Carvalho é um marco de má fé na arbitragem brasileira.
(Fonte: lancenet.com.br)

Já há muito tempo ouvimos no Brasil críticas de todos os tipos direcionadas à nossa arbitragem. Dizem que nossos árbitros não têm critérios, cedem facilmente à pressão das torcidas e, principalmente, das diretorias, são rigorosos demais na marcação de faltas (há inclusive a famosa crítica aos pênaltis “a la brasileira”, criada pelo jornalista Mauro César da ESPN), até de má fé eles são acusados, mas o ponto é, será que não estamos sofrendo de complexo de inferioridade?

Muitas das críticas realmente são justas, nossa arbitragem de fato passa por um momento lastimável, e são incontáveis os erros práticos de árbitros e principalmente gerenciadores de arbitragem, começando lá de cima, do próprio STJD. O que muitos se esquecem, principalmente aqueles acostumados a colocarem o Brasil abaixo dos demais países, é que nós não somos os únicos a passarmos pela crise da arbitragem.

Quem assiste campeonatos estrangeiros tem se assustado com o baixíssimo nível encontrado também nas famosas comissões de arbitragem de países como Inglaterra e Itália, além de se surpreender a cada dia mais com o problema na Espanha. Sim meus caros, o problema não está apenas aqui, a arbitragem é assunto para o mundo inteiro debater.

A Inglaterra é o maior exemplo deste fato. O país que costuma ser venerado por ditos conhecidos de arbitragem aqui no Brasil tem envergonhado seus espectadores com a violência da Premier League. O número de faltas é baixo, isto é verdade, mas não porque elas não acontecem e sim porque não são marcadas. Quando o assunto é cartões ou suspensões a situação é ainda pior. Jogadas de carrinho, cotoveladas, entradas fortíssimas não raramente deixam de ser punidas com sequer um amarelinho, mas tente retardar o começo de jogo e sua punição será bastante rigorosa. Talvez seja melhor não ter critérios a ter a tolerância à violência como o maior deles.


Será que o inglês Howard Webb não viu este lance na final do mundial?
(Fonte: combolaetudo.com.br)
A Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, foi mais uma demonstração da situação em que estamos. Árbitros pífios da primeira à última partida do mundial, ou será que alguém se esqueceu do quanto a Holanda fez uso da violência em toda sua campanha, inclusive contra nossa seleção e na final contra a Espanha?
Na Espanha a situação é crítica. A arbitragem do brasileirão é inacreditavelmente boa se comparada à que temos encontrado na LFP. Os critérios encontrados são basicamente três: Qualquer um que olhar para Messi ou Cristiano Ronaldo terá cometido falta, qualquer contato dentro da área de defesa de um time pequeno é pênalti para o time grande e por último, mas não menos importante, os cartões por reclamação estão banidos! A proteção dada aos jogadores e times mais famosos é visível dentro do campeonato, mas a falta de competência que os árbitros demonstram inclusive em jogos de times de mesmo porte me impede de acreditar em má fé dos mesmos.

Itália e Portugal são dois países que possuem arbitragens um pouco mais aceitáveis, mas, ainda assim, nenhum dos dois merece elogios. Os portugueses já cansaram de ver a influência que os nomes Porto, Sporting e Benfica têm na arbitragem, enquanto que os italianos já nos deram uma boa prova do que são capazes com a história da venda e compra de resultados, que manipulou basicamente um campeonato inteiro. A punição dada aos envolvidos pode ter resolvido, ao menos aparentemente, a situação, mas os juízes continuam errando, lá o principal problema é que pênaltis (aqueles mesmos que existem aos rios aqui) não existem.
O uruguaio Jorge Larrionda é hoje um dos
 melhores árbitros em atividade.
(Fonte: fiuteboldouruguai.blogspot.com)

Ainda existem árbitros bons, isso é fato, inclusive acredito que a América do Sul possua vários, no entanto algo tem de ser feito. Como resolveremos isso? Preparando melhor os árbitros? Uso de tecnologia para diminuir os danos causados pelos erros? Talvez tudo isso funcione, talvez nada, o fato é que os responsáveis pelo apito, seja aqui ou no Japão, estão nos decepcionando a cada dia mais.








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