terça-feira, 9 de agosto de 2011

Na terra em que eles pisam, nem grama nasce...

Por João Victor Jacetti de Oliveira

Renan, Johnny Herrera e Silvio Luiz já decepcionaram na posição.

O que acontece com os goleiros do Corinthians? É isso que todo torcedor corintiano ou fã de futebol se pergunta nos últimos tempos. O time do parque São Jorge já contou com grandes ídolos na posição, como o inesquecível Ronaldo e o campeão mundial Dida, no entanto, desde que este último deixou a equipe, ninguém conseguiu, com o perdão do trocadilho, agarrar a posição.

O ano de 2002 foi o último no qual Dida atuou pelo Corinthians, e, desde então, muitos foram os goleiros testados, mas nenhum conseguiu ser unanimidade por muito tempo. Em 2003, o nome mais forte a tentar se firmar debaixo das traves alvinegras foi Doni. Apesar de ser excelente defendendo pênaltis, Doni jamais convenceu como arqueiro. Suas atuações eram inconstantes, grandes falhas e grandes defesas se sucediam, e esta irregularidade não permitiu que a torcida fiel confiasse de fato no jogador. Ainda assim, Doni atuou por uma temporada quase inteira.


No início de 2004 Doni deixou o parque São Jorge em direção à Vila Belmiro, enquanto isso, um dos goleiros que mais gerou mudanças de opinião na história do Corinthians fazia o caminho inverso. O sempre irregular Fábio Costa chegou com ar de solução. Depois de algumas boas partidas, no entanto, o goleiro começou a alternar atuações brilhantes e pífias, e assim seguiu durante dois anos no gol corintiano, sendo que seu melhor momento foi o final de 2005, quando o goleiro ajudou (e muito) a garantir o título de campeão brasileiro. Não há até hoje um consenso quanto ao fato de Fábio ser ou não um goleiro de alto nível.


A camisa azul clara de Felipe foi a mais vendida em 2007.
(Foto: futloco.blogspot.com)
Doni e Fábio Costa foram dois goleiros que conseguiram apoio de parte da torcida, mas quem chegou mais perto de resolver o problema da posição foi o polêmico Felipe. O goleiro chegou ao clube em 2007, vindo do Bragantino, logo após o fim do campeonato paulista. Em sua temporada de estréia Felipe foi simplesmente magnífico. Defesas sensacionais, raríssimas falhas e um espírito de liderança e de raça que combinava com o time. Felipe era a solução. Em 2008, no entanto, já começaram as complicações. Muitos desacertos financeiros já levantaram na torcida certa suspeita para com o goleiro, suspeita essa que quase ficou para trás com a brilhante campanha na Copa do Brasil daquele ano, na qual ele foi mais uma vez fundamental. A final daquele torneio, no entanto, ligou novamente o sinal de alerta. Felipe falhou no gol que tirou o título do Timão, e logo depois foi afastado do elenco, o motivo alegado foi o peso do goleiro, que estava bem acima do eperado.

Assim seguiu a carreira de Felipe no Corinthians. Partidas incríveis, momentos maravilhosos, títulos grandiosos, como o da Copa do Brasil de 2009, ou o Campeonato Paulista invicto no mesmo ano, sempre se alternaram com crises, em sua maioria, ligadas às questões contratuais e pessoais do goleiro.

Ao longo de todo este tempo outros goleiros não deram conta do recado. Alguns dos quais muito se esperava, como Silvio Luiz, ex-São Caetano e o experiente Bobadilla e outros dos quis de fato não se esperava muito desde o início, como o chileno Johnny Herrera, o rodado Jean e os vindos da base Tiago e Maurício.

Hoje em dia o abacaxi está na mão de três garotos. O símbolo do terrão, Júlio César, a grande promessa vinda do Avaí, Renan, e a outra revelação da base, Danilo Fernandes. Nenhum dos três conseguiu se firmar ainda. Júlio viveu um momento muito ruim no Paulistão, e quando estava voltando a mostrar bom futebol, no Brasileiro, acabou se contundindo. Renan foi, até aqui, uma decepção. Com três jogos, uma falha grave, dois outros lances bem questionáveis, e nenhuma defesa considerada difícil, o jovem goleiro, que já passou até pela seleção brasileira, foi sacado do time pelo técnico Tite. Atitude inteligente do treinador corintiano, que preserva se jogador de uma situação que poderia ser irreversível, e mantém vivo ao menos um resto de confiança da torcida no garoto. Enquanto isso Danilo corre por fora, fez uma atuação segura no jogo contra o Furacão, mas ainda não causou impressão alguma na torcida, boa ou ruim.


A maldição do goleiro corintiano é forte, e se já é uma tarefa difícil ganhar a confiança da massa alvinegra como jogador de linha, imaginem a dificuldade que aqueles que entrarem na posição mais carente dos últimos tempos terão. Só o que podemos fazer é desejar boa sorte a Júlio, Renan e Danilo, torcer pelos três, e é claro, invejar São Paulo e Palmeiras, os dois maiores rivais do Timão, que são já há muito tempo a casa de dois maiores goleiros de todos os tempos.




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