terça-feira, 30 de agosto de 2011

Palmeiras 2x1 Corinthians



A virada palmeirense no derby do último domingo muito teve a ver com a ousadia do técnico Luiz Felipe Scolari, que, suspenso, acompanhou a partida das tribunas do Prudentão. Quem comandou o time na peleja foi o auxiliar Flávio Teixeira (o Murtosa), que - é claro - empunhava seu tradicional radinho para receber as instruções do chefe.

A disposição tática dos times era a seguinte no início do clássico:

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Tite escalou o time com três atacantes, embora Jorge Henrique fizesse mais um quarto homem de meio-campo, auxiliando Danilo na armação das jogadas. Liedson, numa incrível jornada técnica, era uma excelente referência entre os zagueiros palmeirenses, enquanto Emerson "flutuava" pela intermediária de ataque, caindo pelos dois flancos.

Do lado alviverde, a ideia era que Valdivia contasse com a aproximação de Patrik para dividir a responsabilidade na armação de jogadas, mas o camisa 40 insistia em cair pelo lado direito do ataque, "imitando" a função de Luan no lado oposto. Dessa forma, Kleber, que não é centroavante, se viu obrigado a sair ainda mais da área para buscar o jogo, já que o Palmeiras forçava muito pelas laterias.

Com o gol do Corinthians, aos 18 do primeiro tempo, Scolari mostrou porque é Felipão e cantou a bola para Murtosa via rádio. Saiu Patrik e entrou o estreante Fernandão, "centroavantão" vindo do Guarani, daqueles grandalhões que ficam na frente como referência.

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Mesmo em desvantagem no placar, os palmeirenses não se abateram. Chico fazia uma partida exuberante e a dupla Henrique e Thiago Heleno, cada vez mais entrosados, neutralizavam qualquer jogada que passasse pela parede de marcação alviverde.

O empate veio num escanteio cobrado por Marcos Assunção, em que Julio Cesar saiu mal e não conseguiu afastar. A bola se ofereceu limpa para Luan que, livre, na marca do pênalti, fuzilou. Um a um.

A virada surgiu como reflexo da superioridade em campo. Não que o Palmeiras fosse brilhante na partida. O time do Corinthians é que aparentava ter comido uma feijoada antes do jogo - nem sombra do Timão das dez primeiras rodadas. O Palmeiras dominou o meio de campo e Valdivia articulava boas jogadas com Marcos Assunção, sempre contando com as aproximações de Kleber e Luan. Numa dessas, Assunção enxergou Fernandão passando entre Chicão e Leandro Castán e enfiou a bola. O atacante matou no peito com categoria e só tirou de Julio Cesar. Dois a um e festa alviverde.

Em vantagem no placar, o Palmeiras recuou e deixou a bola com o rival para tentar matar o jogo num contra-ataque. O Corinthians martelou, mas quando passava pela retranca "Felipônica", parava nas mãos de Marcos. Dava para buscar o empate e até mesmo a vitória, mas as virtudes do time que disparou no início do campeonato já não são as mesmas. Ficou assim mesmo: Palmeiras, dois. Corinthians, um.

À torcida alviverde, esperança. As crises parecem ter acabado, o time tem um padrão tático bem definido e agora conta com um centroavante de ofício. Pode sonhar com voos mais altos.

Aos alvinegros, desconfiança. A gordura acabou. O Botafogo, quinto colocado (mas que iria à Libertadores, uma vez que o Vasco, quarto, é o campeão da Copa do Brasil), só está a três pontos do Timão, ou seja, um jogo. O título simbólico do primeiro turno não significa nada. O importante é estar no topo ao fim do campeonato. Abre o olho, Tite!




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