por Felipe Vaitsman
Um dos maiores clássicos do futebol mundial. Brasil e Argentina se digladiam. Jogadores entram em campo como se fosse a última vez.
Vestindo camisa amarela, calção azul e meiões azuis, está a Seleção Brasileira. De camisa alviceleste, calção preto e meiões brancos, a Argentina.
Pelé contra Maradona? Não.
Teixeira contra Grondona. Empate técnico. Dois ditadores.
Um está à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) há 22 anos. O outro, há 32 como representante máximo da Asociación del Fútbol Argentino (AFA).
Se Ricardo Teixeira é acusado de corrupção, propina e, dentre tantas outras coisas, contrabando (a que ponto chegamos?!), Julio Grondona não fica para trás: tem acusações tão ou mais graves quanto as do "colega" brasileiro.
Enquanto no Brasil temos, no Twitter, o movimento #foraricardoteixeira, na Argentina os "hermanos" contam com o @chaugrondona.
Pênalti para o Brasil!
Numa linda jogada, onde os torcedores da amarelinha conseguiram alçar a tag contra o presidente da CBF ao topo dos tópicos mais comentados do twitter, o juiz assinalou a penalidade máxima para a Seleção Brasileira. Era o momento da consagração.
Batemos para fora (de novo?). Nas manifestações contra Teixeira, no Rio e em São Paulo, tivemos, somados, pouco mais de mil participantes.
Enquanto isso, na sala da presidência da AFA, Grondona e a presidenta Cristina Kirchner planejavam uma "virada de mesa" no futebol argentino.
A ideia era a "federalização" do futebol. Unir as duas divisões principais do Campeonato Argentino, criando uma "aberração" com a participação de 38 times. Algo semelhante ao que era a Copa João Havelange, que aconteceu no início da década passada aqui no Brasil.
O artifício seria uma manobra para popularizar e fortalecer a figura de Kirchner no interior do país. É ano eleitoral na Argentina e a presidenta quer se reeleger. Como a atual primeira divisão do campeonato conta com muitos times da província de Buenos Aires, a unificação faria com que os times do interior ganhassem maior expressão no cenário futebolístico nacional: seus jogos seriam televisionados pela TV pública, canal aberto bancado pelo governo.
Não à toa, a Copa América foi espalhada pelo país. Para agradar os eleitores do interior. A presidenta usa e abusa do futebol como plataforma política.
No contra-ataque, gol da Argentina.
A manobra de Grondona e Kirchner não aconteceu. A repercussão popular foi tão negativa que houve um recuo. Argentinos protestaram em frente a sede da AFA e, sim, conseguiram. Marcaram um golaço.
E é assim que eles nos vencem: Na hora de se mobilizar, de sair às ruas.
O duelo entre Pelé e Maradona já não faz nenhum sentido. Está na hora de aprendermos com os "hermanos".
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