quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quanta Teimosia...

Por João Victor Jacetti de Oliveira
A seleção Alemã ensinou o Brasil a marcar. Será que aprendemos?
(Foto: wtfnotícias.com.br)

Ontem, dia 10 de agosto de 2011, a seleção brasileira foi para a cidade de Stuttgart passar vergonha contra a Alemanha. O placar do jogo todos já sabem, 3x2. Que ele não fez jus à partida imagino que também todos tenham percebido, visto que a seleção germânica poderia ter aplicado uma sonora goleada sem muitas dificuldades. O que não se sabe é: por quê o técnico Mano Menezes tem sido tão teimoso?


Para explicar melhor esta dúvida precisamos primeiro entender a que se refere esta teimosia citada. Em primeiro lugar a teimosia quanto à convocação de jogadores.


É fato que uma das posições mais carentes da seleção brasileira é a lateral esquerda. Devo assumir que eu mesmo sempre fui um grande defensor de André Santos, que é de fato um grande jogador, no entanto, acho que nesta partida tivemos a confirmação de que André não conseguiu tomar conta de sua vaga na equipe. Enquanto isso, os laterais titulares dos dois grandes times espanhóis, Maxwell e Marcelo, aguardam por uma oportunidade no time. Não acredito que Marcelo seja um jogador espetacular, tampouco penso que suas atitudes inconsequentes sejam justificáveis, mas sejamos coerentes: será que vale a pena o treinador daquela que deveria ser a melhor seleção do mundo colocar intrigas pessoais com um atleta à frente da qualidade da equipe?


(Foto: ocraqueambidestro.blogspot.com)
Outra função que vem deixando a desejar é a de segundo volante. Ramires não tem atuado nem de longe como aquele jogador que era pedido para a vaga de Felipe Mello na seleção de Dunga, no entanto, Elias teve poucas chances enquanto que Jucilei e Anderson, duas das melhores opções ao meu modo de ver, parecem ter sido convocados apenas por desencargo de consciência, visto que praticamente não entraram em campo. Isso sem falar da covardia que vem sendo feita com Hernanes. Aquele que foi um dos melhores jogadores do campeonato italiano parece ter sido absolutamente queimado com Mano, depois de sua expulsão precoce na partida contra a França. O jogador não voltou a ser convocado depois daquilo, e, por conta disto, mais uma boa alternativa é simplesmente ignorada.

Estes são apenas os dois mais falados casos de esquecimentos. A lista de jogadores que parecem não fazer parte dos planos de nosso treinador se encorpa com nomes como Nilmar, do Villareal, William, do Shakhtar Donetsk, Hulk, do Porto, Alex, do Chelsea, Diego Alves, do Almería, entre outros. Estes jogadores que são deixados de lado por Mano me fazem pensar que a derrota da seleção brasileira em 2010 sem Neymar, Ganso e Ronaldinho Gaucho não foi suficiente para ensinar uma lição sobre a teimosia. O treinador da seleção não deixa de lado apenas jogadores que são questionáveis, principalmente as situações de Hernanes e Marcelo soam muito a uma simples atitude de alguém que não quer dar o braço a torcer. E não é apenas nas convocações que isto acontece.


Mano é teimoso também no que diz respeito às referências do time. Nossa zaga conta com a presença do capitão Lúcio, que embora seja hoje em dia, na minha opinião, inferior a seu reserva David Luiz, é um jogador excelente, passa confiança e experiência para a zaga e é um líder nato, no entanto, no ataque a situação não é a mesma. Aparentemente nosso treinador acredita que a referência que nosso ataque precisa é Robinho. Nenhum outro nome experiente de peso internacional joga nesta posição, e nem na de criação, o que faz com que ele seja o nome de responsabilidade do time. Jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Kaká, os contundidos Luís Fabiano e Adriano e alguns coadjuvantes como Zé Roberto poderiam dar um peso muito maior à equipe, poderiam ser os responsáveis por "passar o bastão" para esta nova geração. Pensar a longo prazo não significa esquecer o presente e deixar que todos vão se queimando ao longo destes 3 anos.


Para completar a lista de teimosias, Mano insiste em seu esquema 4-3-3, com dois pontas que, cá entre nós, não fazem parte do esquema de marcação. É verdade que este esquema com três homens vindo de trás tem sido muito eficiente em muitas equipes, no entanto, a seleção atual não possui jogadores de aplicação tática suficiente para que esta formação não se torne ofensiva e aberta demais. Nosso país não tem jogadores que possuam grande qualidade técnica aliada a um espírito de luta e esforço como o que existe em alguns nomes menos badalados, como Luan ou Jorge Henrique. Sei que estes dois nomes não são bons para o time, mas se sabemos que não é este o estilo de atleta que queremos, então precisamos saber também que não é este o esquema ideal de jogo.


Mano chegou à seleção com a convicção de que jogaria em um esquema ofensivo, com três atacantes, com jogadores jovens, dando chances à nova geração, de Ganso, Neymar, Pato e etc. É verdade que esta proposta era a ideal, mas acho que ter a mente aberta para mudar uma situação que não está dando certo não é uma exigência tão absurda.

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