segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Toureadores do Brasil Sub-20


Por Wagner Alves

A experiência mostra que a idade traz consigo maturidade e tranquilidade para os jogos difíceis e momentos decisivos. Mas, ontem o filme foi outro. Mesmo com o grande peso que os mais novos carregam com a camisa canarinha, a Seleção Brasileira Sub-20 mostrou garra, habilidade e calma – marcou todos os pênaltis que bateu.

O adversário não era simples. A Espanha na Seleção principal dá aula de passe e posse de bola e não seria diferente no Sub-20. Tal qual um touro – animal que representa o país – os espanhóis trocam bola, analisam e aguardam o momento para o golpe certeiro. No primeiro tempo, a posse de bola chegou a quase 80% para os europeus.

O jogo parecia uma tourada. Ambos personagens com muita precisão nos movimentos. Brasil e Espanha apresentaram um espetáculo para ensinar os mais velhos.

A seleção brasileira abre o placar após um belo chute no travessão de Henrique. Wiliam, impedido, arremata no rebote. Brasil um a zero aos 35 minutos. Contudo, o brasileiro naturalizado espanhol, Rodrigo devolve logo no início do segundo tempo. Como um touro, de cabeça devolve o golpe do primeiro tempo. Tudo igual. Entre muitos ataques mútuos, o jogo segue assim até o término no tempo regulamentar.

Dudu, autor do segundo gol
Segue a prorrogação, a responsabilidade bate, o time é novo. E o filme que passa na cabeça é o do Brasil de Mano eliminado nos pênaltis. A agonia aumenta. Mas, aos 9 minutos da primeira etapa, Dudu troca passes com Henrique (o mesmo do primeiro gol) e manda bela bola no canto esquerdo do goleiro. Dois a um para o Brasil.

O torcedor pula, grita, sente um alívio e comemora. Entretanto, mal volta a assistir à partida, a agonia volta. Dois minutos depois, em um cruzamento incrível, Vásquez empata novamente e partida que termina em empate novamente. Touro e toureador se veem frente a frente.

O Brasil vai para os pênaltis e torcedor se vê afoito. Mas o espetáculo era mesmo do toureador. Os brasileiros convertem quatro cobranças e ainda defende outras duas, jogando para longe a imagem de um grupo que não acerta sequer um pênalti.

O ténico Ney Franco ainda disse: “Nós [Seleção Sub-20] jogamos no tapete, eles [Seleção principal] jogaram num pasto”. Na verdade, os meninos jogaram em uma arena de tourada e – salvo o gol impedido - tiveram paciência e técnica para vencer a paciência e a técnica espanhola. Fica o aprendizado aos mais velhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário