por Felipe Altarugio
Agosto de 2007. Gonzalo Acro,
torcedor do River Plate, foi assassinado em meio a um confronto com outros
torcedores com três tiros. Torcedores do Boca? Não, do próprio time. Membros de
uma torcida organizada do River, ‘Borrachos
Del tablón’, considerada uma das mais violentas da Argentina, executaram Acro,
então com 27 anos.
Na última sexta-feira, mais de
quatro anos após o incidente, Alan e William Schlenker, os dois irmãos líderes
da organizada em questão, foram considerados culpados pelo crime e condenados à
prisão perpétua.
A violência nos estádios é, com
certeza, o problema mais grave do futebol sulamericano. A Conmebol faz vista
grossa aos atos de selvageria que ocorrem nos jogos no continente, e os clubes
ou as federações nacionais também nada fazem para combater este lamentável
fato.
Cenas que se repetem todos os
anos na Libertadores, na Copa Sulamericana, e (com menos repercussão) nos
campeonatos locais precisam desaparecer por completo. No caso de Gonzalo Acro,
como em muitos outros, pessoas morreram por pura irracionalidade.
Faltam punições exemplares aos
criminosos e aos clubes, medidas de segurança e policiamento. Quatro anos se
passaram desde o incidente e quase nada mudou.
O problema não acontece, como
muitos gostam de dizer de forma hipócrita, só no Brasil. No mundo todo há casos
como o de Gonzalo. Ao mesmo tempo, é evidente que na América do Sul a situação
ultrapassa o limite do absurdo. E isso não vai mudar, a não ser que drásticas
medidas sejam tomadas.
Embora seja admirável a punição
dada aos argentinos no caso citado acima, ainda é pouco. Não podemos parar por
aí. O continente sulamericano está prestes a receber grandes eventos
esportivos, e não parece ter estrutura para tanto.
Confusão entre torcedores do River Plate, em junho de 2011.
(Foto: AFP)
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Em vez de punir os marginais como
deveria ser feito, permite-se que fiquem à solta, espantando o verdadeiro torcedor, aqueles
que ainda podem ser chamados de seres humanos. Em alguns casos, ainda, os
vândalos chegam a ser privilegiados de várias formas, com ingressos mais
baratos, por exemplo.
Isso precisa ser revisto o mais
rápido possível. Afinal, investir bilhões em estádios para que esses sejam freqüentados
por criminosos não parece nada coerente.
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