segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Basta!


por Felipe Altarugio

Agosto de 2007. Gonzalo Acro, torcedor do River Plate, foi assassinado em meio a um confronto com outros torcedores com três tiros. Torcedores do Boca? Não, do próprio time. Membros de uma torcida organizada do River, ‘Borrachos Del tablón’, considerada uma das mais violentas da Argentina, executaram Acro, então com 27 anos.

Na última sexta-feira, mais de quatro anos após o incidente, Alan e William Schlenker, os dois irmãos líderes da organizada em questão, foram considerados culpados pelo crime e condenados à prisão perpétua.

A violência nos estádios é, com certeza, o problema mais grave do futebol sulamericano. A Conmebol faz vista grossa aos atos de selvageria que ocorrem nos jogos no continente, e os clubes ou as federações nacionais também nada fazem para combater este lamentável fato.

Cenas que se repetem todos os anos na Libertadores, na Copa Sulamericana, e (com menos repercussão) nos campeonatos locais precisam desaparecer por completo. No caso de Gonzalo Acro, como em muitos outros, pessoas morreram por pura irracionalidade. 

Faltam punições exemplares aos criminosos e aos clubes, medidas de segurança e policiamento. Quatro anos se passaram desde o incidente e quase nada mudou. 

O problema não acontece, como muitos gostam de dizer de forma hipócrita, só no Brasil. No mundo todo há casos como o de Gonzalo. Ao mesmo tempo, é evidente que na América do Sul a situação ultrapassa o limite do absurdo. E isso não vai mudar, a não ser que drásticas medidas sejam tomadas.

Embora seja admirável a punição dada aos argentinos no caso citado acima, ainda é pouco. Não podemos parar por aí. O continente sulamericano está prestes a receber grandes eventos esportivos, e não parece ter estrutura para tanto.
Confusão entre torcedores do River Plate, em junho de 2011.
(Foto: AFP)
Em vez de punir os marginais como deveria ser feito, permite-se que fiquem à solta, espantando o verdadeiro torcedor, aqueles que ainda podem ser chamados de seres humanos. Em alguns casos, ainda, os vândalos chegam a ser privilegiados de várias formas, com ingressos mais baratos, por exemplo.

Isso precisa ser revisto o mais rápido possível. Afinal, investir bilhões em estádios para que esses sejam freqüentados por criminosos não parece nada coerente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário