quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Joguinho "oxo"

Mano ainda não conseguiu convencer no comando da seleção (Fonte: AFP)
Que dó senti de Walter Abrahão no jogo de ontem. O mitológico locutor, falecido há pouco mais de um mês, deve ter se revirado no caixão ao término do Superclássico. Para alguém que narrou as históricas conquistas das Copas de 62 e 70, um Brasil e Argentina como o de ontem é um sacrilégio.

Mas que joguinho "oxo". Não há palavra para melhor explicar o placar de zero a zero do que o brilhante neologismo inventado por Abrahão. Xôxo, caído, chato, sonolento. De "super", o clássico só teve o nome mesmo. E não vale culpar as seleções "caseiras" (só jogadores que atuam no Brasil e na Argentina foram convocados para a disputa) pela mediocridade da peleja.

Era uma grande oportunidade para a "Amarelinha" sapecar uma daquelas goleadas inesquecíveis, na casa dos queridos hermanos, e matá-los de vergonha perante o mundo. Isso, é claro, se você simplesmente pensar em Neymar e Ronaldinho Gaúcho chamando Sebá e Desábato para o samba. 

Não teve samba, não teve ginga, não teve brilho. Os dois grandes lances do Brasil - e aí pode-se dizer que os craques tiveram seus lampejos - morreram na trave. No primeiro deles, logo no início da partida, Neymar recebe um lançamento e domina com a categoria que só os mais íntimos da bola têm. Ela agradece e se oferece a seu pé esquerdo, que pisa e traz para o direito. Dali para o esquerdo, fazendo os dois marcadores argentinos parecerem duas baratas tontas. O cruzamento vem na medida para Leandro Damião, que pega de canela e acerta a... 

No segundo, Damião recebe aberto pela direita, olha para o marcador e não se intimida. Uma "lambreta" (ou "carretilha", como quiser)! A bola vai na medida, contorna perfeitamente o adversário e pinga na frente do atacante. Ele dá um toque por cima e a bola, iludida por ter sido bem tratada, pensa em entrar no gol. Chega a pegar um efeito improvável, mas desiste de presentear o Brasil, e mais uma vez morre na... 

Não é justo culpar a trave. A bola foi quem decidiu qual deveria ser o placar do jogo. E com justiça.

Argentina "oxo" Brasil.

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