sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quando mil é pouco


A abertura da Copa do Mundo no Brasil será em 12 de junho de 2014, exatamente daqui a mil dias, ou, se preferir, 2 anos, 8 meses e 27 dias. Para celebrar essa marca, foram realizadas festas pelo país inteiro, com destaque para Belo Horizonte.

Ontem os trabalhadores do Mineirão iniciaram uma greve reivindicando aumento nos salários e na qualidade de trabalho. Hoje a presidente Dilma Rousseff visita a cidade, numa espécie de síntese da preparação brasileira: enquanto os políticos festejam, as obras caminham a passos lentos.

Fonte: Alex de Jesus - O Tempo

Voltando mil dias no tempo a partir de hoje, chegamos a um sábado, 20 de dezembro de 2008. Naquele ano, o Palmeiras foi campeão paulista, a LDU campeã da Libertadores, o Sport campeão da Copa do Brasil, o Internacional da copa Sul-americana e o São Paulo do Campeonato Brasileiro.

Chega a parecer muito tempo, mas considerando tudo o que deve ser construído ou reformado - entre estádios, obras urbanas e transportes - o prazo se torna curtíssimo. Vale lembrar também que alguns dos estádios precisam ficar prontos antes, já que serão utilizados na Copa das Confederações em junho de 2013.

Com tudo isso, muitos comentam o andamento das obras, porém é difícil encontrar detalhes sobre cada uma delas. Mas por ser uma marca da contagem regressiva, hoje todos os meios correram atrás dessa informação. São doze cidades-sede, portanto doze estádios. Eles se encontram em fases distintas de obras e por isso têm prazo de conclusão diferentes, confira a situação de cada um:

Belo Horizonte - Mineirão
Situação considerada boa, com 37% das obras concluídas e prazo de conclusão para 21 de dezembro de 2012, caso não seja entregue nessa data, será cobrada multa por dia de atraso. Custo de 665 milhões.

Brasília - Mané Garrincha
Situação considerada boa, com 35% das obras concluídas e prazo de conclusão também para dezembro de 2012. Custo de 671 milhões.

Cuiabá - Arena Pantanal
Situação também considerada boa, com 27% das obras e prazo de conclusão para dezembro de 2012. Custo de 450 milhões.

Curitiba - Arena da Baixada
Apesar de grande parte do estádio estar pronta, a situação é considerada grave. Segundo o Atlético-PR e o comitê local, 70% das obras estão concluídas, mas exigências da FIFA causaram lentidão e um salto no orçamento. O prazo é abril de 2013 e o custo de 220 milhões.

Fortaleza - Castelão
Situação considerada boa, com 38% das obras concluídas e prazo para dezembro de 2012. Custo de 518 milhões.

Manaus - Arena Amazônia
Situação considerada razoável, com 21% das obras concluídas e prazo de conclusão para junho de 2013. Custo de 500 milhões.

Natal - Arena das Dunas
Com situação grave, é o estádio mais atrasado do Mundial, apenas 6% das obras foram concluídas. Prazo para dezembro de 2013 e custo de 528 milhões.

Porto Alegre - Beira Rio
Situação preocupante e obras paralisadas há três meses. Cerca de 10% a 15% das obras concluídas, com prazo de entrega para dezembro de 2012. Custo de 305 milhões.

Recife - Arena Pernambuco
Situação razoável, com 14% das obras concluídas o prazo é dezembro de 2012. Custo de 532 milhões.

Rio de Janeiro - Maracanã
O palco da final tem situação considerada boa, com 25% das obras concluídas. Era o mais adiantado, mas muitas greves vêm atrapalhando o processo. Prazo de conclusão em dezembro de 2012 e custo de 860 milhões.

Salvador - Fonte Nova
Situação também considerada boa e com 25% das obras concluídas. O prazo é o primeiro semestre de 2013, com custo de 591 milhões.

São Paulo - Itaquerão
Apesar de almejar ser a sede da abertura, sua situação é considerada preocupante, com apenas 10% das obras concluídas. Prazo de conclusão para dezembro de 2013 e custo de 870 milhões.

Somando apenas os valores citados chegamos a uma cifra de 6,71 bilhões. Além disso, ainda há os enormes gastos com transporte público, aeroportos e infraestrutura urbana em geral. O custo é grande e o tempo relativamente curto. Em algumas capitais foram instalados relógios com a contagem regressiva, é bom ficar de olho neles se pretendemos nos orgulhar da Copa em casa. A hospitalidade brasileira corre risco.

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