domingo, 18 de setembro de 2011

Reaja, meu velho!


Diante das recentes constatações e resultados, escrevo ao leitor, essa pequena reunião de ideias:




Era ele, decrépito.
Em sua condição, aguardava o fim
sem mais gracejos do passado.
Esperava, pacientemente ébrio, em um botequim
o julgamento de um presente abortado
sem a esperança de um grande estrépito

Um dia, dado como referência.
Hoje, nada mais que fracassos
A fórmula consagrada não deveria funcionar para tal situação?
Mas os motivos escassos
de sua verdadeira missão
confluiam em um sonoro descenso, a decadência.

A brilhante presente geração
que se prende às correntes do sucesso e da fama,
nada mais tem de brilhante
visto que as virtudes que conclama
não omitem o caráter acusante  
de uma geração que luta por e aceita uma inequação

A grandiosidade que desde 1929 oferece,
deteriora em nada honrosas facetas
que, movimentadas por dinheiro,
ameaçam como se fossem baionetas
o futuro de um futebol que, um dia altaneiro,
Alegrou o indivíduo, que ainda concedia, ao esporte, sua prece

A emoção imposta por uma relação igual adversativa
confunde-se, hoje, com a comoção de milhões em fortuna
Desfazendo a adversidade que um dia propôs, quem sabe,
a inebriante viagem da escuna,
E que hoje enfrenta mares onde nada mais cabe.
Além do vazio de duas equipes em consonância administrativa.

Mais empresa, menos clube.
Essa é a real situação dele, que um dia sonhara
conquistar o mundo com o democrático futebol.
Mas seria ele um idealista que se encantara?
Hoje, goza notoriedade a partir da oligarquia imbuída de formol
que dificilmente deteriorará a menos que alguém o derrube.

La Liga, como carinhosamente solicitou ser aclamado
nada mais é do que a reunião,em dupla,
de algo imensamente injusto, no sistema do negócio,
da arrecadação múltipla,
de dinheiro, notoriedade e títulos de um beócio.
Ignorante abandonado.

"Quem dera pudesse voltar aos tempos remotos?"
Pergunta o decrépito melancólico
"Ainda tenho uma sobrevida. Preciso reagir?"             
O idoso fatidicamente alcoólico
Pergunta à consciência que outrora o fez decidir
por contrapor apenas dois times transformando sua vida em uma sucessão de maremotos.

Estaria fadado a terminar dessa maneira?
Destino cruel para quem já fez a alegria de todos e não de poucos
A desvelada crise de seu âmbito
Incute na consciência alheia, os detalhes loucos
De um provável óbito
Que, por enquanto, lhe rende alguma bicheira


 Esperamos sua reação, La Liga. 


Aconselho, nesse momento, que o jovem leitor, para compreender a era das incertezas vivenciadas pelo decrépito personagem, que visite e leia o texto O Abismo Espanhol, de Felipe Vaitsman, clicando aqui

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