domingo, 9 de outubro de 2011

Futebol é verde e amarelo

Foto: Terra Magazine

O futebol nasceu em 1863 na Inglaterra. Aos 31 anos, foi adotado pelo paulista Charles Miller e viajou com o jovem brasileiro para nossa terra. Foi só avistar o Brasil, que se apaixonou. Paixão a primeira vista e recíproca: O Brasil também se apaixonou pelo futebol e, juntos, tiveram milhões de filhos.

Os brasileiros têm a cara do esporte. São pessoas de diferentes regiões, idades, classes, credos e raças unidas a uma só paixão: o pai de todos eles, o esporte mais democrático do mundo que está de braços abertos para receber todos os seus filhos.

O futebol acolhe os 20 mil jogadores profissionais, que depositam nele todos os seus trabalhos, seus sonhos, suas lutas e dependem do dinheiro movido por ele para sobreviver. São guerreiros que sabem que o caminho é arriscado e que serão poucos os que vão chegar ao topo e atingir o objetivo.

Mas o futebol também abriga os 30 milhões de praticantes, que só jogam uma “pelada” de fim de semana, que buscam no futebol um alívio para a rotina estressante, que vivem outra vida enquanto jogam e lamentam o fim da brincadeira, a hora de voltar para a vida real.

Porque para muitos brasileiros sempre é preciso esquecer a vida real. Brasileiros que não têm acesso à moradia, saneamento básico, educação e, muitas vezes, até a um simples prato de comida. Mais do que em qualquer outra situação, aí entra em cena o Pai-Futebol, que irá ao encontro dessas almas esquecidas e dirá “a mim vocês têm acesso”.

Basta ter uma bola (que pode ser de meia, de jornal, de couro, de qualquer coisa), dois objetos que sirvam como trave (madeiras, chinelos, cocos ou apenas dois rabiscos), um espaço que sirva como campo (rua, areia, terra, ou grama) e dois times de um, dois, dez, ou vinte jogadores de cada lado. Pronto, a partida já pode começar.

De chuteira ou de pés descalços, temos orgulho de viver na terra do futebol. Temos orgulho de sermos filhos dessa paixão que já dura 117 anos e que nunca acabará, nem mesmo depois do apito final.


* Texto publicado no dia 09/10/2011 no Jornal Mantiqueira 

Nenhum comentário:

Postar um comentário