Capítulo 1:
Costa Rica
Ronaldinho jogou muito contra a Costa Rica: 90 minutos (Foto: Mowa Press) |
Bom,
voltando muito tempo atrás, me lembro de uma sexta-feira. Dia tedioso, nada para fazer, já que meus conterrâneos ainda não
haviam voltado para a bela Ibitinga. Lá estava eu,
à toa, mexendo em meu computador (que ainda funcionava), quando me lembrei:
hoje tem seleção! Brasil e Costa Rica, adversário perfeito para uma goleada.
Não havia outra possibilidade na minha cabeça: na pior das hipóteses, show de
Neymar e Gaúcho para delírio da torcida brasileira. Mal sabia eu a surpresa que
estava por vir.
Quando
faltavam 15 minutos para as 11 horas da noite, decidi ir assistir ao jogo. Fui até a
cozinha e voltei com um pacote de bolacha e um copo de coca. Sentei-me de
frente para a televisão assim que a partida começou. Quando colocava o primeiro
biscoito em minha boca, eis que tenho o primeiro susto: o centroavante era
Fred. Alguns me criticarão por essa aversão ao camisa nove do Fluminense, mas
simplesmente não consigo gostar dele como jogador. Mas tudo bem, quase queimo
minha língua quando o mesmo Fred teve grande chance de abrir o placar, mas a
bola passou rente ao travessão. Senti que aquele jogo seria bom, o ataque
brilharia e tudo mais que já disse.
Foi só eu
me sentir um pouco confiante que o time do Brasil decidiu destruir minhas
expectativas. Acho que só no primeiro tempo, os zagueiros David Luiz e Thiago
Silva tocaram mais vezes na bola do que em qualquer outro jogo, ou melhor, do
que em todos os outros jogos. E, por causa desse toque de bola cansativo, o
sono veio e começou a ameaçar o restante da partida. Na escalação, o meia era
Ronaldinho: ele deveria voltar para buscar a bola e levá-la ao ataque. Cabia ao
meia do Flamengo a função de ligar a defesa ao ataque. Dividiam a
responsabilidade com ele o meia Lucas e Neymar. O primeiro pouco apareceu
enquanto esteve em campo. Já o segundo até tentava dar opções, mas era sempre
bem marcado, seja na base do desarme, seja na base faltas.
Voltando à
minha história, eu via os volantes Ralf e Luiz Gustavo pouco fazer no primeiro
tempo. Os laterais Adriano e Fábio pouco apareceram: o segundo até arriscou
algumas arrancadas pela direita, mas nenhuma que levou perigo à defesa da Costa
Rica. A distribuição tática da equipe de Mano Menezes era horrível: havia um
buraco no meio-campo, fato que levava a dupla de zaga a ficar trocando passes
sonolentos e às vezes arriscar um lançamento longo que quase nunca dava em
nada. A atuação de Ronaldinho no primeiro tempo é para se esquecer. Acabaram os
45 minutos iniciais e meus olhos, que já pouco se abrem devido aos meus traços
orientais, estavam quase se fechando e já pediam trégua. Voltei ao meu querido
computador, olhei o Facebook etc. Quando olhei no relógio, já estava na hora do
segundo tempo começar, e eu ainda nem havia recarregado meu estoque de bolacha
e coca. Fui à cozinha, e quando voltei, Oscar e Hernanes haviam entrado na
equipe. No entanto, não sabia quem havia saído. Notei que há algum tempo o nome
Ronaldinho não era citado. Logo, achei que ele havia saído do jogo. Meu engano:
lá estava ele plantado na ponta esquerda!
O que me
lembro a partir daí é: zzz... David Luiz toca pra Thiago Silva... zzz...
Adriano, volta para David Luiz... zzz... Ronaldinho perde a bola... zzz...
Neymar sofre a falta... zzz... GOOOOLLL!!!
Acordei com
o narrador gritando. Daniel Alves, que entrou no lugar de Fábio, cruzou da
direita, Fred furou e Neymar aproveitou. Oitavo gol do camisa 11 da seleção na
era Mano Menezes. Já que estava acordado agora, decidi acompanhar o jogo. Menti
para mim mesmo: o restante do segundo tempo foi igual: zzz... Fred não
domina... zzz... Hulk entra no lugar de Neymar... zzz... Ronaldinho perde a
bola... zzz... Thiago Silva tenta a ligação direta... zzz... FIM DE JOGO!
Acordei de
novo, sem a mínima vontade de sair do sofá e ir para minha cama para dormir.
Levantei-me, fui até meu quarto e dormi fácil depois de um jogo ridículo,
sonolento. Vi um time sem meio-campo, sem centroavante, sem laterais. Bom, se
os craques de fato foram para o jogo, acho que ficaram na reserva e nem
entraram em campo.
Continua...
E, para um jogo fraco como foi, o texto até ficou um pouco grande. Tanto que deixarei para falar do segundo capítulo, o jogo contra o México, para amanhã. Portanto, aproveite seu domingo de descanso e veja como foi a partida contra o México.
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