domingo, 20 de novembro de 2011

Asas ao futebol*


Neymar e calopsita: pena de um, bico de outro
Lembro que certa vez, quando criança, estava com um tio na arquibancada de um jogo que considero homérico. Tratava-se do clássico “sei lá quem” contra “não me pergunta que não sei”. A classificação de jogo memorável, lógico, só se fazia na minha cabeça. Digo que foi um jogo especial, pois marcou meu crescimento e o que pensava sobre o mundo da bola. Eu saía da infância para a adolescência; o futebol, da brincadeira para o esporte.

Mas não só isso que me faz recordar dessa partida entre times que desconheço. Foi aqui que me apresentaram Márcio Pintinho. O goleiro, até então amador, que, disseram-me depois, jogou pela Caldense, time da minha cidade – cujo CT se chama Ninho do Periquitos.

Em um primeiro momento, achei o nome gozado apenas. Um moleque ainda no futebol chamado Pintinho, cuja evolução seria virar Frango. Como já conhecia o jargão futebolístico do goleiro frangueiro, pensava quem foi o maldoso que colocou um apelido no rapaz que representa a pior qualidade que pode ter para sua profissão. Estava esse tal Márcio fadado a ser frangueiro e o futuro não foi muito diferente. Uma pena.

A nomenclatura das aves é recorrente no futebol.  Lembremos, por exemplo, uma ave clássica do futebol brasileiro.  Paulo Roberto Falcão. O amigo do Galvão Bueno nos comentários da Globo tem seu ninho no Internacional de Porto Alegre, mas já voou por outros continentes. Jogou na Itália pela Roma e viajou o mundo pela Seleção Brasileira.

Seriedade é a marca dessas duas aves

Outro que nasceu no ninho do Inter é Alexandre Rodrigues da Silva, chamado na intimidade apenas por Pato. Revelação do time sulino, o apelido vem da cidade onde nasceu: Pato Branco. Ainda como seu amigo de rapina, o inofensivo Pato desfila suas penas pelos gramados da Itália.

Mas pássaro que promete voar mais alto é Paulo Henrique, o menino Ganso. Jogando ao lado do craque Neymar – e seu cabelo de calopsita -, é uma das promessas a levar o Peixe (ops), o Santos ao título do Mundial.

Vale destacar que todos os citados são ou foram craques pelos times por que passaram. Será uma sina das aves no futebol? Torçamos para que voem alto pela Seleção Canarinho.


*Texto publicado no Jornal Mantiqueira do dia 20/11/2011

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