segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O verdadeiro retorno




Fa.bu.lo.so: adj. 1- que concerne ao legendário, às narrativas criadas pela imaginação; 2- que tem caraterísticas de fábula; s.m. 1- que concerne a Luis Fabiano, às suas jogadas que terminam em gol.  2- tem características de matador.

Im.pe.ra.dor: s.m. 1- soberano de um império, de uma nação; 2- aquele que rege com autoridade suprema; 3- Adriano, representante de uma nação, aquele que joga com habilidade suprema.


Dois jogadores, dois craques, dois vocábulos com uma história em comum. Ambos eram motivos de desconfiança e estavam apagados, mas ressurgiram e mostraram os seus poderes na reta final do Campeonato Brasileiro.

O primeiro é Luis Fabiano. Sua fábula era a bola e com ela fazia magias. Encantava, brincava e chamava as redes para dançar. Foi mostrar sua fábula para o mundo e as redes espanholas foram chamadas para o baile 107 vezes. Mas o Fabuloso queria voltar a fabular em sua terra amada.

Voltou então para o clube que o ensinou a contar histórias, onde havia iniciado de verdade sua saga. Quarenta e cinco mil são-paulinos foram receber Luis Fabiano no Morumbi. Era mais que qualquer outro personagem; era o Fabuloso.

São-paulinos lotam estádio na volta de Fabuloso (Créditos: ig.com.br)

Mas então, como acontece em toda fábula, chega o momento em que surge um problema, um imprevisto. O empecilho estava no joelho: lesões que deixaram Luis Fabiano fora dos gramados por quase seis meses. Isso fez com que sua fábula perdesse o brilho. Suas histórias já não encantavam mais. A narrativa chegou ao clímax quando o atacante voltou aos gramados, mas teve atuações discretas e até perdeu um pênalti. Algumas pessoas passaram a acreditar que a fábula não se tornaria realidade. Outras defendiam que esse era um gênero do passado e que nunca mais seria o mesmo. 

Mas não estamos falando de formigas, cigarras, raposas, leões e outros personagens de fábulas. Estamos falando do Fabuloso. Em poucos parágrafos, Luis Fabiano se reergueu. Mostrou que é matador, e que um matador nunca morre: marcou dois gols na última rodada. Como toda fábula, a dele também tem uma moral: não duvide de quem já mostrou que sabe.


Quem tem uma história parecida a essa é Adriano. Como já foi explicado outrora, o Imperador reinava na Itália. Mas, depois de algumas turbulências, resolveu abdicar de seu poder para entrar na arriscada missão de ser imperador em uma república: a República Popular do Corinthians.

Adriano veio para o Timão em março deste ano (Divulgação)

Mas o Imperador também foi ferido: uma lesão no tendão de Aquiles que acarretou longos meses fora dos campos de batalha. Foi aí que surgiram as tentações do Império da cidade de São Paulo. Boates, mulheres, bebidas. Some tudo isso à dificuldade que Adriano teve em recuperar a sua forma ideal.

E, como aconteceu com o Fabuloso, o Imperador também foi alvo de críticas. Também falaram que Adriano nunca mais voltaria a imperar. Mas o verdadeiro torcedor corintiano sabia que ele iria ressurgir. Sabia que poderia demorar, mas que o Imperador mostraria sua força. E ele mostrou no momento ideal.

Antes disso, mostrou que se adaptou muito bem à república. Começou no banco de reservas. É claro que iniciou a partida entre os suplentes por causa de sua forma física. Porém, em nenhum momento sentiu-se maior. Sabia que fazia parte de um grupo. Sabia que esse grupo sentia a falta do matador. Sabia que sua hora estava chegando. E chegou aos 43 do segundo tempo.

A arena era o Pacaembu. O espetáculo era Corinthians X Atlético-MG. Os visitantes estragavam a festa dos donos da casa. Eis que surge um contra-ataque. E Adriano contra-atacou suas críticas. Manifestou sua habilidade. Provou que ainda é Imperador. Estufou as redes com a classe de quem impera. Um gol de uma importância enorme que já entrou na história do clube. Um gol que relembrou outro craque que há pouco tempo encantava com a camisa alvinegra. Quem aí lembra de um certo Fenômeno e de seus gols decisivos?

Fabuloso e Imperador. São seres humanos, têm seus erros e suas limitações. Mas são diferenciados, são craques e voltaram a jogar bola. Faltando duas rodadas, duas missões são propostas: a vaga na Libertadores para um; o título para outro. Alguém ainda duvida que Luís Fabiano e Adriano possam levar seus times a cumprir essas missões?

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