por Felipe Altarugio
Juventude foi eliminado pelo Mirassol na Série D (Foto: Site Oficial) |
É comum na mídia esportiva brasileira encontrarmos seções do
tipo “Que fim levou” ou “por onde anda”. Nelas conhecemos o paradeiro de
jogadores, ex-jogadores e jornalistas esportivos que, por um motivo ou por
outro, perderam espaço na mídia.
Contudo, há um caso específico de um clube que, por mais de
10 anos, figurou na elite do futebol nacional, mas que com sequentes rebaixamentos
perdeu grande parte da expressão nacional que tinha.
O caso do Juventude é digno de uma seção “Por onde anda?”. O
Alviverde de Caxias do Sul sagrou-se campeão da Série B em 1994 e, desde então,
disputou o Brasileirão da Série A até 2007, quando foi rebaixado.
Nesse período, vale ressaltar, o Papo, como é conhecido o
clube, obteve duas sétimas colocações. Em 2002, quando o campeonato era
disputado no sistema de mata-mata, chegou às quartas-de-final e foi eliminado
pelo Grêmio. Em 2004, já com pontos corridos e com 24 clubes integrando a Série
A, somou 70 pontos ao fim de 46 partidas e conseguiu uma boa posição na tabela.
Outro ponto importante a ser ressaltado: o Juventude foi campeão
da Copa do Brasil de 1999 e jogou a Libertadores em 2000. Dez anos depois, o
time amargura a última divisão do futebol brasileiro.
Após 13 anos na elite, o Juventude foi rebaixado no ano de
2007. Em 2008, oitavo lugar na Série B, a sete pontos do acesso. Em 2009,
porém, começou o inferno astral: rebaixamento à Série C, e, no ano seguinte,
descenso para a quarta e última divisão nacional.
Se o Recife está em festa e receberá a decisão do Campeonato
da Série D no próximo domingo (Santa Cruz e Tupi se enfrentam no Arruda), o Juventude,
que é o outro “grande” da competição, foi eliminado nas oitavas de final pelo
Mirassol, mesmo vencendo por 3 a 2, já que havia sido derrotado por 2 a 0 em São Paulo. No jogo da volta, no Alfredo Jaconi, quase vinte mil juventudinos lotaram o estádio e assistiram à eliminação da equipe.
Vários são os fatores que colocam um time nessa situação. Todos
eles são reflexos de uma má administração. O Juventude viveu períodos
conturbados nos anos que precederam sua queda. Sem o apoio da Parmalat,
manteve-se forte por alguns anos, até cair em desgraça.
E o Juventude não é o único: outros tradicionais times do
futebol brasileiro vivem um drama já há alguns anos. No Ceará, o Fortaleza por
pouco não foi rebaixado à Série D, assim como o paulista Santo André, que
disputou a Série A em 2009. No Pará, o Paysandu está bem na briga pelo acesso à
Série B após cinco anos amargando a terceirona. Um time que, em 2003, batia o
Boca Juniors na Bombonera pela Libertadores, sendo eliminado no jogo de volta
(O Boca foi o campeão em 2003).
Mais dramática ainda é a situação do rival, o
Remo, que sequer se qualificou para a disputa da última divisão nacional.
Clubes tradicionais que entraram em crise financeira devido
a sucessivas más administrações hoje dão lugar a novas forças do futebol, como
Barueri, Boa Esporte, Americana, Salgueiro, e etc.
São clubes que não sabem aproveitar do maior patrimônio que
possuem: uma torcida relativamente grande e tradição no cenário esportivo
nacional. E que, se seguirem nesse mau caminho, podem deixar de existir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário