quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pausa para refletir


Dezembro mal chegou e já está terminando. Com ele se foram o Campeonato Brasileiro, a Copa Sul-Americana e o Mundial de Clubes. É nesta época que o jornalista fica sem pauta, o porteiro fica sem assunto e alguns fãs do futebol recorrem a outros esportes.

Mas há também os fiéis à paixão nacional, e, enquanto a Copa São Paulo e os estaduais não começam, eles acompanham os campeonatos europeus. Acontece que estes também têm uma pausa, motivada pelas festas e pelo frio intenso. Tanto na Itália quanto na Espanha ela é mais curta, e as partidas retornam na primeira semana de 2012. Na Alemanha, por conta do inverno mais rigoroso, o recesso dura até o dia 20 de janeiro. A exceção - para a felicidade dos torcedores de férias - é a Inglaterra, com jogos nos dias 26, 30 e 31 de dezembro e 2, 3 e 4 de janeiro.

Foto: Nelson Almeida/UOL

Essa diferença entre temporadas sempre traz à tona uma velha discussão: se o calendário brasileiro deve ou não se adaptar ao europeu, começando em agosto e terminando em maio do ano seguinte, com férias e pré-temporadas no meio do ano. Imprensa, torcedores, técnicos e jogadores se dividem, analisando sucintamente as vantagens e desvantagens da possível mudança.

Vantagens:
- Acabaria a dor de cabeça dos clubes brasileiros em relação à janela de transferências no meio do ano, que atualmente causa desfalques durante o nacional.
- Nesse período eles poderiam disputar campeonatos de pré-temporada e amistosos internacionais, o que aumentaria sua visibilidade e receita.
- As equipes brasileiras não sofreriam com paralisações por competições internacionais, como a Copa do Mundo, a Copa América e as Olimpíadas.
- Campeonatos envolvendo clubes de mais um país seriam disputadas com todos na mesma condição, evitando que um time recém descansado enfrente um terminando o ano.

Desvantagens:
- A cultura e o povo brasileiro já estão adaptados ao calendário atual, no qual o futebol - como um elemento importantíssimo - acompanha todas as outras atividades do país.
- O projeto de expandir e divulgar o campeonato nacional para o mundo seria dificultado, pois suas datas o tornariam concorrente do italiano, do inglês e do espanhol, por exemplo.
- A temporada teria como ponto alto a época mais quente do ano, o que prejudicaria a condição física, o rendimento e a qualidade das equipes.
- Seria muito difícil arranjar todas as competições disputadas pelos clubes nos meses disponíveis, obrigando-os a abrir mão de algumas e a reduzir outras, como os estaduais.

Estes são apenas alguns pontos, e para cada um deles há inúmeras consequências. É impossível tomar uma medida de tamanha proporção sem contrariar ou prejudicar um ou outro. O que definitivamente não pode acontecer é deixar a decisão na mão de uma Confederação que trabalha em prol apenas dos próprios interesses. Que tal um plebiscito ou um referendo nacional, para que a própria população escolha? Opine, torcedor brasileiro!

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