Foto; Globoesporte.com |
A cena pode até parecer de uma daquelas inacreditáveis
histórias hollywoodianas em que o mocinho dá a volta por cima após um fato do
passado que quase acaba com sua vida. Inacreditável realmente foi, mas sem
o final feliz. O protagonista Deivid, atacante do Flamengo, gravou um
blockbuster – no Brasil e no mundo – após perder um gol que muitos
classificariam como “até minha avó de patinete faria”. Pior é que o não-gol
aconteceu na última quarta (22) em jogo decisivo contra o Vasco, pela
semi-final da Taça Guanabara. Pode perder gol assim, Arnaldo?
Pelo lance já dá pra ver a decepção do atacante. Ele recebe
a bola, sem goleiro à sua frente, debaixo da travessão e a confiança é tanta que os
companheiros no banco de reservas já comemoravam antes mesmo de Deivid chutar.
A imaginação é mesmo uma lépida inimiga das capacidades
motoras. Entre o instante em que a bola passa por baixo do goleiro e chega aos pés
de Deivid, a imaginação do atacante já está, quem sabe, séculos à frente. No
mundo imaginário do jogador, ele teria feito o gol, comemorado como nunca, seria aclamado pela torcida e poderia ver o seu Mengão campeão por conta daquele lance.
No momento em que a bola chegava em câmera lenta aos pés de
Deivid, ele já pensara em pelo menos 20 formas de comemorar aquele gol.
De repente, em uma sinapse errada, a bola voltou a correr na
velocidade normal, sem dar tempo de muito pensar, bateu no atacante e na trave.
Desespero, decepção, confusão. Deivid se deixa jogar ao solo, desacreditando no
que tinha acabado de acontecer.
Poderia nascer aqui uma daquelas histórias de superação, de
volta por cima. Apesar da garra, o atacante foi substituído no segundo tempo e
assistiu à eliminação do seu time do banco de reservas.
Seria apenas um fato isolado se Deivid não fosse um
recorrente perdedor de gols feitos. O Globoesporte.com lista, pelo menos, cinco inacreditáveis
gols perdidos na temporada passada. Contudo, isso não tira a credibilidade do
atacante artilheiro do time em 2011.
Mas o futebol tem das suas. Taffarel, o memorável goleiro do
tetra, já teve sua fama de frangueiro no início da carreira. Quem não se lembra
de Martín Palermo, o errador oficial de pênaltis da Argentina. Chegou a fazer
um hat trick de penalidades máximas – só que ao contrário – em 1999 pela Copa
América contra a Colômbia. Palermo não deixou de ser um grande atacante,
apesar de ter protagonizado a maior sequência de pênaltis perdidos da
Argentina.
Não só a capacidade de acertar como a de errar – seja de um
jogador, comentarista ou juiz - que
garantem a emoção do futebol, esse quase imprevisível esporte.
@wakkalves
@wakkalves
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