sexta-feira, 2 de março de 2012

Histórias do Novo Oeste


Conhecemos muitas histórias norte-americanas do Velho Oeste. O caubói, o procurado, o Xerife e os índios. Mas, em um Oeste não tão distante de nós, no Mato Grosso, algumas outras histórias aparecem. Duas delas no atual campeonato mato-grossense, e com a mesma equipe.

O Sorriso EC, fundado em 1985, campeão estadual em 1992 e 1993, tem dado o que falar neste ano. Montou um timaço? Líder? Jogadores procurados por lavagem de dinheiro? Não...

O Lobo do Norte, como é conhecido, teve um primeiro momento peculiar no último dia 9 de fevereiro. O Clássico da Soja, tradicional confronto entre Luverdense e Sorriso, teve tudo que um grande jogo precisa. Goleada, estádio lotado, e tudo mais. Até o irmão de Leandro Damião, Edimar Damião, estava em campo. Mas, para o Sorriso, faltaram algumas coisas, pequenos detalhes. Como, por exemplo, zagueiros.

Com dois defensores no estaleiro e um suspenso, qual seria a melhor escolha do técnico Carlos Alberto Capone? Improvisar um atleta na posição? Alterar o esquema tático? Poderia ser alguma delas, mas a opção escolhida por ele foi outra: o treinador decidiu que era a hora de calçar as chuteiras e entrar em campo com seus comandados.

Experiente no futebol, Capone partiu para a
ação (Foto: Reprodução/TVCA)
Mesmo com Capone, campeão da Taça UEFA 1999/2000 pelo Galatasaray (TUR) em campo, o resultado não foi dos melhores para o Sorriso: derrota por 4 a 1. Outro aspecto curioso dessa história é que, se o treinador do Sorriso estava improvisado na zaga, o presidente do Luverdense foi o técnico improvisado do time: o empresário Jaime Biensfield comandou a equipe contra o maior rival depois de demitir o treinador.

Algumas semanas depois, o Sorriso voltou a aparecer nos noticiários. E ao melhor estilo Faroeste Americano, com direito às célebres brigas de bar.

Justificando a alcunha de Terra Sem Lei do Oeste, os jogadores do Mixto e do Sorriso se encontraram em uma lanchonete após o duelo entre as duas equipes, que terminou empatado em 1 a 1. Após ofensas e provocações, o encontro terminou em pancadaria: até cadeiras foram arremessadas pelos atletas.

Sem xerifes e ladrões, o futebol do Centro-Oeste brasileiro segue seus dias em baixa. As equipes mais tradicionais, como Vila Nova, Goiás, Brasiliense e Gama, não andam bem. O Atlético Goianiense é o representante da região na elite do futebol nacional.

Mais atrás, o futebol mato-grossense, se não ocupa lugar de destaque no cenário futebolístico nacional, proporciona grandes histórias. O Sorriso não dá motivos para que o torcedor ria: é o penúltimo colocado do Estadual, e o pior ataque entre as equipes. Mas histórias não faltam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário