por Felipe Altarugio
Conhecemos muitas histórias norte-americanas do Velho Oeste.
O caubói, o procurado, o Xerife e os índios. Mas, em um Oeste não tão distante
de nós, no Mato Grosso, algumas outras histórias aparecem. Duas delas no atual
campeonato mato-grossense, e com a mesma equipe.
O Sorriso EC, fundado em 1985, campeão estadual em 1992 e
1993, tem dado o que falar neste ano. Montou um timaço? Líder? Jogadores procurados por lavagem de dinheiro?
Não...
O Lobo do Norte,
como é conhecido, teve um primeiro momento peculiar no último dia 9 de
fevereiro. O Clássico da Soja,
tradicional confronto entre Luverdense e Sorriso, teve tudo que um grande jogo
precisa. Goleada, estádio lotado, e tudo mais. Até o irmão de Leandro Damião, Edimar Damião, estava em campo. Mas, para o Sorriso, faltaram algumas coisas, pequenos detalhes. Como, por exemplo,
zagueiros.
Com dois defensores no estaleiro e um suspenso, qual seria a
melhor escolha do técnico Carlos Alberto Capone? Improvisar um atleta na
posição? Alterar o esquema tático? Poderia ser alguma delas, mas a opção
escolhida por ele foi outra: o treinador decidiu que era a hora de calçar as
chuteiras e entrar em campo com seus comandados.
Experiente no futebol, Capone partiu para a ação (Foto: Reprodução/TVCA) |
Mesmo com Capone, campeão da Taça UEFA 1999/2000 pelo
Galatasaray (TUR) em campo, o resultado não foi dos melhores para o Sorriso:
derrota por 4 a 1. Outro aspecto curioso dessa história é que, se o treinador
do Sorriso estava improvisado na zaga, o presidente do Luverdense foi o técnico
improvisado do time: o empresário Jaime Biensfield comandou a equipe contra o
maior rival depois de demitir o treinador.
Algumas semanas depois, o Sorriso voltou a aparecer nos
noticiários. E ao melhor estilo Faroeste Americano, com direito às célebres
brigas de bar.
Justificando a alcunha de Terra Sem Lei do Oeste, os jogadores do Mixto e do Sorriso se
encontraram em uma lanchonete após o duelo entre as duas equipes, que terminou
empatado em 1 a 1. Após ofensas e provocações, o encontro terminou em
pancadaria: até cadeiras foram arremessadas pelos atletas.
Sem xerifes e ladrões, o futebol do Centro-Oeste brasileiro
segue seus dias em baixa. As equipes mais tradicionais, como Vila Nova, Goiás, Brasiliense e Gama, não andam bem. O Atlético Goianiense é o representante da região na elite do futebol nacional.
Mais atrás, o futebol mato-grossense, se não ocupa lugar de destaque no cenário futebolístico nacional, proporciona grandes histórias. O Sorriso não dá motivos para que o torcedor ria: é o
penúltimo colocado do Estadual, e o pior ataque entre as equipes. Mas histórias
não faltam.
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