quinta-feira, 1 de março de 2012

Lição de 'bruxa'


      por Maria Tebet


Líder e invicto, o Corinthians não soma derrota à bagagem desde o confronto com o América-MG, no dia 6 de novembro do ano passado pelo Brasileiro. Tem a defesa menos vazada do Estadual, com quatro gols sofridos. Tudo aparentemente indo bem. Mas é aí, analisando a sequência de resultados e saldo de gols, que vem a amarga constatação: resultado magro e vitória conquistada nos últimos minutos de jogo estão virando a ‘cara’ do time. O resultado mais largo não passou do dois a zero.

Em cinco ocasiões, o alvinegro venceu com o placar de um a zero. A constante ganha força no placar e também no comportamento dentro de campo, marcado por um começo forte, até empolgante, com gol saindo, administração e segurança de resultado. Ou então, o mesmo começo, finalizações apáticas ou boas, mas não concretas, depois sufoco, marcando o gol no final.

Como foi o caso do jogo de ontem (29), no Pacaembu, contra o Catanduvense, time na zona de rebaixamento. A 'bruxa' quase pôs fim à série invicta alvinegra. O Corinthians começou bem, impondo ritmo e jogadas boas no ataque, com o Catanduvense toda atrás. Houve movimentação, mas a objetividade perdeu-se entre a pouca qualidade de finalização.

Mascote do Catanduvense, 'bruxa' não intimidou professor Tite  
Os corintianos tentaram abrir vantagem com Alex, de pênalti, mas o árbitro mandou voltar, e na segunda cobrança a bola foi na trave. Mais três bolas no travessão durante o jogo, e parecia que a bola de fato não entraria. No segundo tempo o time de Tite entrou mal, dando chance aos visitantes. A zaga dormiu no ponto e deixou sair o gol contra de Alessandro. Com as substituições, o time pareceu acertar mais e conseguiu virar, na base da vontade, com Danilo.

Apesar do sufoco, o desempenho do Corinthians no ataque foi acima da média. O time fez treze finalizações certas e treze erradas, totalizando vinte e seis e superando sua maior marca no ano - a antiga era de dezoito, no jogo contra o Bragantino (Dados do Footstats). Com um meio de campo que tem Ralf, Paulinho, Danilo, Alex, Douglas... Capacidade de criação de jogadas é o que não falta. O que precisa aparecer mais é efetividade, resultados confortáveis, mais gols. A raça e luta até o final já estão no sangue do jogador corintiano, não precisam ser acionadas sempre se o time tem plenas condições de não depender exclusivamente delas.

Jogar pela magra vitória traz, claro, vitórias importantes. Mas pode ter seus riscos e apresentar poucas garantias palpáveis, além dos três pontos. Um a zero é resultado perigoso, e administrá-lo até o apito final pode custar caro. Até quando esse esquema funciona? Não dá para engolir ‘um a zero’ em jogos que podiam ser ganhos de goleada. Como Tite disse em entrevista coletiva, o jogo de ontem deve servir de lição. Que a cobrança venha e que uma maior efetividade seja apresentada dentro de campo. Antes que a bruxa se solte de vez e resolva tomar o dever de casa, como quase aconteceu ontem no Pacaembu.


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