sábado, 14 de julho de 2012

"O terror voltou"


Marcos acompanhou os jogadores palmeirenses na concentração em Curitiba. Depois de ajudar Luis Felipe Scolari na preleção, o ex-goleiro também aproveitou muito a comemoração do título (Foto: César Greco/Ag. Estado)

Foram 12 longos e eternos anos. Mais de uma década esperando na fila para figurar novamente como protagonista no futebol nacional. Doze anos de piadas, brincadeiras, elencos muitas vezes medíocres. Nada que qualquer torcedor não tenha experimentado. Afinal, quem não se lembra que o Corinthians ficou de 1957 a 1974 sem disputar sequer uma final do Campeonato Paulista e que ficou de 54 (ano em que faturou o Paulista e o Torneio Rio-São Paulo) até 66 (ano em que venceu o Rio-São Paulo novamente) sem conquistar nenhum título?

Já o São Paulo, depois do tricampeonato brasileiro e da saída de Muricy, não conseguiu ser o mesmo, e não conquista um título desde 2008. O próprio Santos ficou de 68 até 2002 sem vencer o Campeonato Brasileiro.

Voltando ao Palmeiras, a equipe do técnico Felipão - que chegou como esperança de títulos mas já começava a ser visto com desconfiança - não chamava muita atenção. Mesmo assim, conseguiu sair da fila de espera com a conquista da Copa do Brasil. O que deve ser ressaltado desse time é a entrega dos atletas, que começaram a Copa do Brasil com uma vitória magra diante do Coruripe, que cresceram no confronto com o Grêmio no Olímpico e que levaram uma gigantesca sorte contra o Coritiba na Arena Barueri. Todas essas são várias facetas de um time que soube jogar o torneio.

Uma equipe que talvez ainda dependa bastante das jogadas de bola parada, mas não tanto quanto na temporada passada; um time que soube ser paciente (vide o jogo contra o Grêmio no Olímpico, quando o Palmeiras fez os dois gols nos minutos finais) e contou, assim como seu arquirrival Corinthians, com um punhado de sorte.

Não que o time palmeirense esteja sendo desmerecido ou algo do gênero: de forma alguma! Mas que a equipe se safou de uma derrota para o Coxa em casa, isso é inegável. O Coritiba entrou em campo dominando a partida, tendo posse de bola e sendo agressivo, mas não conseguiu abrir o placar quando pôde.

Como “quem não faz, toma”, o time paranaense sofreu as consequências de não ter matado o jogo no início. No final do primeiro tempo, o Palmeiras começava a construir a ponte final até o título. O gol de Thiago Heleno aproximou ainda mais a equipe do Palestra Itália do caneco.

Henrique foi uma das principais peças do esquema de Felipão. Jogando à frente dos zagueiros,
o jogador deu mais consistência à defesa palmeirense (Foto: Juca Varella/Folhapress)
No Couto Pereira, os coritibanos prometiam um “inferno”, uma atmosfera em que os rivais não conseguiriam jogar. Conversa fiada! Com destaque para Henrique, que passou de zagueiro para volante no decorrer da competição, o Verdão matou o jogo com o gol de Betinho, depois de cobrança de falta de Marcos Assunção. O tento palmeirense, além de esfriar totalmente o jogo, obrigava o Coritiba a vencer por três gols de diferença.

Em 2013 o Palmeiras voltará a disputar a Libertadores. Precisa de reforços, é claro, mas agora não é hora de apontar os defeitos do time, mas sim suas virtudes. A equipe não deixou, em um momento algum, de demonstrar muita raça e determinação em campo; os jogadores se multiplicaram no gramado para a conquista do título, que foi muito merecida.

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