Foram 12 longos e eternos anos. Mais de uma década esperando
na fila para figurar novamente como protagonista no futebol nacional. Doze anos
de piadas, brincadeiras, elencos muitas vezes medíocres. Nada que qualquer
torcedor não tenha experimentado. Afinal, quem não se lembra que o Corinthians
ficou de 1957 a 1974 sem disputar sequer uma final do Campeonato Paulista e que
ficou de 54 (ano em que faturou o Paulista e o Torneio Rio-São Paulo) até 66 (ano
em que venceu o Rio-São Paulo novamente) sem conquistar nenhum título?
Já o São Paulo, depois do tricampeonato brasileiro e da
saída de Muricy, não conseguiu ser o mesmo, e não conquista um título desde
2008. O próprio Santos ficou de 68 até 2002 sem vencer o Campeonato Brasileiro.
Voltando ao Palmeiras, a equipe do técnico Felipão - que chegou como esperança de títulos mas já começava a ser visto com desconfiança - não chamava muita atenção. Mesmo assim, conseguiu sair da fila de espera com a conquista da Copa do Brasil. O que
deve ser ressaltado desse time é a entrega dos atletas, que começaram a
Copa do Brasil com uma vitória magra diante do Coruripe, que cresceram no
confronto com o Grêmio no Olímpico e que levaram uma gigantesca sorte contra o
Coritiba na Arena Barueri. Todas essas são várias facetas de um time que soube
jogar o torneio.
Uma equipe que talvez ainda dependa bastante das jogadas de
bola parada, mas não tanto quanto na temporada passada; um time que soube ser
paciente (vide o jogo contra o Grêmio no Olímpico, quando o Palmeiras fez os
dois gols nos minutos finais) e contou, assim como seu arquirrival Corinthians,
com um punhado de sorte.
Não que o time
palmeirense esteja sendo desmerecido ou algo do gênero: de forma alguma! Mas
que a equipe se safou de uma derrota para o Coxa em casa, isso é inegável. O
Coritiba entrou em campo dominando a partida, tendo posse de bola e sendo
agressivo, mas não conseguiu abrir o placar quando pôde.
Como “quem não faz, toma”, o time paranaense sofreu as
consequências de não ter matado o jogo no início. No final do primeiro tempo, o
Palmeiras começava a construir a ponte final até o título. O gol de Thiago
Heleno aproximou ainda mais a equipe do Palestra Itália do caneco.
Henrique foi uma das principais peças do esquema de Felipão. Jogando à frente dos zagueiros, o jogador deu mais consistência à defesa palmeirense (Foto: Juca Varella/Folhapress) |
No Couto Pereira, os coritibanos prometiam um “inferno”, uma
atmosfera em que os rivais não conseguiriam jogar. Conversa fiada! Com destaque
para Henrique, que passou de zagueiro para volante no decorrer da competição, o
Verdão matou o jogo com o gol de Betinho, depois de cobrança de falta de Marcos
Assunção. O tento palmeirense, além de esfriar totalmente o jogo, obrigava o
Coritiba a vencer por três gols de diferença.
Em 2013 o Palmeiras voltará a disputar a
Libertadores. Precisa de reforços, é claro, mas agora não é hora de apontar os
defeitos do time, mas sim suas virtudes. A equipe não deixou, em um momento algum, de
demonstrar muita raça e determinação em campo; os jogadores se multiplicaram no gramado para a conquista do título, que foi muito merecida.
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