A ecologia do esporte

por Gabriel Oliveira

Sinceramente gostaria de falar sobre outros temas. Não suporto mais essa apocalíptica “tradução” do futebol. A materialização de um lixo fétido. Peço perdão ao leitor, mas esses assuntos parecem me perseguir.  Por isso, vou falar de Biologia. Um assunto muito atual. Vou me desligar um pouco do futebol e me reportar ao que ainda lembro, em biologia. Posso?

Vamos inciar estudo de um animal notório e, porque não, notável. Percebi que, nos últimos dias, os ratos saem do esgoto, correndo, em um ritmo frenético, como se prenunciassem que a escassez de alimentos os está prejudicando. Ratos comem papel-moeda? Pois diria que esses, sim. Espécie nada rara, pelo menos no nosso país, os Rattus brazilienses são rápidos, quando novos, acham-se espertos, mas têm duas características em comum com os outros Gêneros de ratos: estão sempre na defensiva e são pomposos, elegantes por possuírem um tipo de pelo sedoso, macio. Qualidade essa que dá um ar nobre ao animal.

Quando envelhecem, começam a procriar. Ensinam aos pequenos ratos a arte da caça, da corrida, do drible, do furto, do faro, de arquitetar um esconderijo para o dinheiro queijo.

Os velhos ratos, contraditoriamente, não se aposentam. E isso acaba criando, normalmente, uma tensão por comida. Não diretamente, claro, mas de forma que cada um busca mais comida por outros locais, outros lixões e bancos aterros sanitários.

Algumas das denuncias... Apenas algumas...
(Imagens: Rede Globo)

O curioso é que, mesmo um tanto quanto irracionais e decrépitos, os Rattus brazilienses conseguem sempre roubar o dinheiro queijo.  Isso é compreensível, uma vez que outros animais associam-se aos roedores em um complexo caso de mutualismo (relação obrigatória entre duas espécies que reflete em benefício para ambas espécies) ou cooperação (relação não-obrigatória que reflete benefício para ambas espécies). O que gera dúvida é a relação obrigatória de algumas outras espécies têm que manter com o Rattus brazilienses. O maior exemplo disso é o Gavião-preto, mais precisamente, Buteogallus popularis. É um animal muito esperto, finge ser amigável, é bem popular e comanda, ou melhor, domina o seu bando de Gavião-miúdo, ou Accipiter malucus. Esse tipo de ave, considerada “pequena”, se espalha por todo país. Estima-se que haja em torno de 30 milhões dela. 

Como comandante, o Buteogallus popularis tem a função de construir um abrigo aos demais Accipiter malucus que se contentam com qualquer lugar proposto. O Buteogallus popularis consegue, através da parceria já mencionada com o Rattus brazilienses, muito dinheiro alimento e a ave garante a adesão dos Accipiter malucus ao mamífero.

Recentemente, descobriram um novo caso de associação ecológica. Um caso evidente de comensalismo (benefício para uma espécie e indiferente para outra). As pesquisas concedidas pelos biólogos indicam que, na construção dessa grande moradia para os Accipter malucus, os Buteogallus popularis contam com a associação de um Veado, o Cervus paulistanus. Mas não entremos nesse mérito.

Retornemos agora ao Rattus brazilienses. Essa semana, tivemos uma clara manifestação de outra interação ecológica. É o caso do Amensalismo (uma espécie inibe a outra). Um rato negro, ou Rattus esportivus, conseguiu inibir algumas ações do brazilienses. Segundo uma revista biológica, os Rattus esportivus têm se mostrado muito eficientes em interações ecológicas com outros animais. Afinal, segundo constatam os jornalistas biólogos, esses ratos recebem dinheiro comida de outros seres vivos. Conforme o recente estudo, eles podem  correr risco de extinção. Tudo depende do topo da cadeia alimentar. A Águia-real, ou melhor, a Aquila presidentus tem voado rente ao solo nas terras brasileiras. Isso indica uma ameaça tremenda ao rato negro. Como desejo pessoal, espero que a Aquila presidentus faça ronda permanente pelos esconderijos do Rattus esportivus. Se o mamífero se atrapalhar, em uma ação rápida, a ave pode mudar o curso da história e extinguir o rato. Gostaria que os leitores biólogos me indicassem uma coisa boa feita pelo rato negro. Acho que a maioria delas foram feitas por outros animais e não, verdadeiramente, pelo Rattus esportivus.

Seriam eles culpados ou inocentes?
(Imagens: TV Bandeirantes)

Você deve estar se perguntando: "há uma Águia rondando o Rato negro. E o Rattus brazilienses?" Bom,  é chegada uma época que todos aguardávamos. Talvez o seu ancestral já aguardasse  isso há muito tempo. Conforme constatou um periódico de Biologia, o gavião-real, ou Harpia fifenses iniciou seu período de caça. Esse tipo de ave não é nada confiável, mas na atual conjuntura, prefere alimentar-se daquele que, um dia, já o beneficiou por interações ecológicas. Um casamento que já deu "muito certo" e hoje não parece nem sombra do que já foi.

Em síntese, toda essa cadeia alimentar pode acabar com algumas espécies. Será efeito das atuais alterações climáticas e extinções provocadas pelo homem? Trata-se de um processo natural que já deveria ter ocorrido.

Abaixo algumas manchetes de especialistas sobre assunto:

Corrupção no Esporte: Veja exibe mais provas – Blog do José Cruz

Câmara investiga suposto financiamento de campanhas eleitorais com dinheiro da CBF – UOL esporte

Operação "mãos limpas" da Fifa terá apoio de ONG que luta contra corrupção internacional – UOL esporte

Ministro do Esporte ganha sobrevida com Dilma, mas perde força – UOL esporte

Planalto e PC do B já avaliam nomes de sucessor no Esporte – FOLHA.com

Pastor afirma que Esporte cobrou 10% para PCdoB - FOLHA.com

Como é o mês das crianças, encerro com uma pequena música dedicada a elas:

"Todo rato tem rabo longo

Todo rato tem faro esperto

Todo rato curte o escuro, lambe restos

Todo rato deixa rastros

Todo rato trai e mente

Todo rato assusta a gente

Todo rato anda em bandos

São os ratos, são os ratos

São os ratos bem malandros"

Paulo Tatit

@01GHOL