sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mais uma prata para a coleção



A atacante Thaisinha (centro), de 18 anos, é a nova
joia do futebol brasileiro (Foto: Reuters)
O jogo

                O time estava unido, pronto para ser campeão e trazer a medalha de ouro para casa. E, após o vexame que foi dado pela seleção masculina (tema do post de Wagner AlvesPan et Circenses), o primeiro lugar parecia ser uma obrigação. Mesmo sem as estrelas Marta e Cristiane, a seleção feminina de futebol entrou nos Jogos Pan Americanos como favorita. Nas primeiras rodadas, provou a condição ao se classificar em primeiro lugar em seu grupo com o mesmo número de pontos do Canadá. Após muito esforço, o time chegou à final, contra o mesmo Canadá, time com que jogou na fase de grupos.

                Na final, partida disputada, mas dominada pela seleção Canarinho. Debinha abriu o placar logo no início do jogo. A seleção como um todo fazia uma boa partida, anulando os principais focos do Canadá. No primeiro tempo, domínio do Brasil era evidente.

                O segundo tempo não foi diferente. A seleção continuou partindo para cima, tendo perdido diversas chances: Thaisinha, Ketlen, Debinha – todas essas desperdiçaram chutes que poderiam ter alterado o rumo do jogo. Ao continuar no ataque mesmo com a vitória, a defesa brasileira ficou um tanto quanto desguarnecida. Tanto que o Canadá teve diversas chances de empatar, mas sem sucesso. Isso até que o Brasil deu a oportunidade que as canadenses queriam: a bola parada. Em cobrança de escanteio, a defesa bobeou e a capitã canadense Sinclair igualou o placar. Parece até aquele típico roteiro de jogo em que um time domina a partida, toma o empate no fim, e perde nos pênaltis.

                E foi exatamente o que aconteceu. Debinha e Grazielle perderam suas cobranças, e o Canadá venceu o jogo, faturando mais uma medalha de ouro no Pan.

Comentário

                O time vinha jogando bem, com Debinha e Thaisinha se movimentando bastante no ataque, assim como aconteceu nas outras partidas. O problema aconteceu na prorrogação, quando Thaisinha, cansada, foi substituída. Além disso, Ketlen, que entrou no lugar de Rosana, não foi bem. Nas oportunidades que teve, mostrou que não tem sequer um terço da habilidade das outras duas atacantes e não foi nem um pouco eficiente. No mais, na principal chance que teve, quando puxou um contra-ataque no qual a defesa canadense contava com apenas duas jogadoras e o Brasil tinha três jogadoras no setor ofensivo, Ketlen optou por chutar ao gol em vez de tocar para uma companheira muito melhor posicionada.

                Já nos pênaltis, outra crítica que deve ser feita: as jogadoras do Brasil batiam as penalidades sem olhar para a goleira LeBlanc (eu sei que eu não tenho experiência em bater um pênalti em um Morumbi lotado, muito menos em um Omnilife lotado), fato que custou duas cobranças. A atacante Debinha (que foi importantíssima no decorrer da partida, uma vez que, além de ser aguda nos ataques, sempre pressionava a saída de bola do time canadense) e Grazi tiveram suas cobranças defendidas pela goleira do Canadá. Vale ressaltar que a goleira escolhia o canto em que pularia muito antes das jogadoras baterem a penalidade. Portanto, bastava que as cobradoras olhassem para a goleira para que acertassem seus chutes.

                Paciência, não é sempre que se pode vencer. Aliás, na última Copa do Mundo, o time também perdeu, aquela vez para a seleção dos Estados Unidos. No entanto, há de se ressaltar a entrega do time em campo: as jogadoras se esforçaram ao máximo, mesmo que às vezes esse esforço fosse em vão. 


                Parece clichê, mas o mais racional a se fazer é focar-se na próxima competição e tentar absorver aquilo que foi feito de errado, para que, em futuras oportunidades, as mesmas falhas não apareçam.



@Gabriel_gch

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