Que venha o título

por João Victor Jacetti de Oliveira

Que campanha. Pode não ter tido futebol arte, mas quanta consistência, eficiência e união. Quanta regularidade. Consistência da melhor defesa da competição, com 36 gols sofridos. Eficiência de um ataque que, das 36 rodadas, marcou gols em 29 (ao todo foram 52 tentos).  União de um grupo no qual os jogadores defensivos são responsáveis por 28,8% (quase um terço) dos gols, e os ofensivos por 29,5% (quase um terço) das roubadas de bola. 

Regularidade. Não era essa a palavra-chave? Era e foi! Regularidade do clube que esteve no G-4 em 74 das últimas 73 rodadas de Campeonato Brasileiro que disputou (o campeonato de 2010 inteiro e o de 2011 a partir da segunda rodada). O clube que, em 2011, foi líder em 25 das 36 rodadas. Regularidade de campeão.

          E ainda assim tem quem diga que foi sofrido! Tem quem diga que para o Corinthians tudo é sofrido. Sejamos sinceros: foi! Que corintiano não ficou tenso quando o time empatou com o Furacão e viu o Flamengo assumir a ponta? Que fiel não viu a viola em cacos enquanto via o Timão empatar com o Ceará e o Vasco vencer um jogo “arranjado”? Diga-me o nome de uma vivalma paulistana e alvinegra que não gritou Ramírez e Imperador com toda a força quando as coisas quase complicaram!

           

        Não foi fácil. Mas foi bonito. Muito bonito! O Tite fez suas trapalhadas, os jogadores tiveram suas fases ruins e até boas doses de polêmica nos rondaram em certos momentos. Mas a raça estava lá. A gana corintiana, a força do povo e a luta dos mosqueteiros não desapareram. E mais uma vez, depois de muito sofrer, a massa está comemorando.

          Comemorando o bom resultado em Florianópolis. O bom resultado também no Rio! Comemorando o fato de que semana que vem os palmeirenses visitam para entregar a faixa! Comemorando o oitavo título nacional. O quinto se falarmos só em Brasileirão! Mais do que isso, comemorando que, depois do drama de 2007, o mundo deu a volta, e São Jorge voltou a brilhar forte!

       Tudo lindo e perfeito. História épica de se ver. Só falta agora acontecer. E será hoje! Talvez seja hoje... Será que será hoje?

@Joao_Jacetti

*Texto publicado no dia 27/11/2011 no Jornal Mantiqueira