por Lucas Leite
Partindo do pressuposto que em
time que está ganhando não se mexe, o Palmeiras é um daqueles que tem muito a ser
modificado. Desde o dia 22 de setembro, quando derrotou o Ceará pelo placar
mínimo, foram sete jogos sem vitória - o maior jejum da “era Felipão”. Talvez
por isso ele mesmo tenha sugerido mudanças, o que impressiona, já que no
Brasil o primeiro a ser culpado – e não ouvido – é o técnico.
Ao longo do ano, Felipão se
envolveu em diversos conflitos com o vice-presidente Roberto Frizzo,
responsável pelas decisões do departamento. O desentendimento tornou legítimo o
pedido do treinador para nomeação de um gerente de futebol. Ele exigia alguém
remunerado, capaz de gerir profissionalmente os assuntos relativos ao time,
como as contratações e as saídas. Frizzo discordava, por medo de perder seus
poderes, mas o presidente Arnaldo Tirone acabou convencido.
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra |
O boato surgiu no começo da
semana e a confirmação veio na última sexta-feira: César Sampaio foi o nome
escolhido para o cargo. Ele retorna ao Palmeiras depois de duas passagens
vitoriosas como capitão da equipe, em 1991 e 1999. Ao se aposentar, formou-se em Gestão Esportiva, com passagens por Guaratinguetá, Figueirense e Rio Claro.
Além de cuidar das
contratações e fazer o meio-campo entre a diretoria e a comissão, o gerente de
futebol conversará com os jogadores para resolver problemas mais específicos,
como as recentes novelas de Valdívia e Kléber. Em ambas não havia ninguém com a
sensibilidade e a dedicação necessárias – encontradas com mais facilidade em um
ex-jogador – e por isso terminaram mal.
César Sampaio é ex-comandado
de Felipão, assim como Marcos Galeano, hoje gerente da parte técnica. Os dois
prometem resolver – ou ao menos melhorar – a situação do clube. Caso contrário,
podem vestir o uniforme e tentar a sorte no verdadeiro meio-campo. Ao menos vontade
e identificação sabemos que eles têm, e estes atributos estão em falta no
alviverde.
Senti a vontade de um Raí num cargo como esse pelo SPFC. Assim como senti a vontade de investigar o conflito político dos clubes. realmete promissora a ideia. Se na próxima temporada as coisas derem certo, terá muito a ver com esse e demais ajustes na administração do clube. E que ocorra com outros.
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