Um santo a menos para nos proteger
(fonte: http://2.bp.blogspot.com)
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O ano de 2012 já demonstra sinais de fim dos tempos, pelo
menos no futebol. Se a bola anda parada dentro de campo, fora dele os
acontecimentos mostram um ano que começou difícil para quem gosta do esporte.
Apesar de ser o início do século XXI, a história desse começo
de ano rememora o tempo dos antigos, dos altos muros, dos burgos e dos
vassalos. De um lado, o Imperador. Do outro, um Santo.
Enquanto um tenta forçar sua soberania pelo poder, o outro
se mostra grandioso pela simpatia e capacidade de fazer milagres - e que
milagres. Enquanto o atacante Adriano comemora seu final de ano com explicações
na delegacia, o goleiro Marcos, de um Palmeiras tímido no ano passado, deixa os
campos para virar santo.
Assim começa a história do ano em que o mundo vai acabar. Podem parecer dois fatos que não têm ligação, mas são intimamente unidos. Ambos são
dois ótimos jogadores, craques que representaram muito bem a Seleção
Brasileira. Mas Adriano se mostra fraco em qualidades nas quais Marcos é uma
fortaleza: carisma, paciência e ética.
Jogadores de futebol são pessoas públicas e, como tal, são
exemplos para muitos jovens e adultos, sobretudo para garotos de baixa renda
que sonham em viver do esporte. O Imperador Adriano, acima das leis e do mundo,
não raro esquece o que representa e protagoniza cenas de ação,
posando com belas armas de fogo ao melhor estilo do Capitão Nascimento. Às
vezes, o jogador parece que pede para sair.
Enquanto isso, acima do céu, lá onde os santos raramente
descansam, São Marcos decide que é hora de parar. Péssimo para o futebol, que
já perdeu um ídolo há pouco; péssimo para os palmeirenses, que perderam um dos
melhores goleiros do mundo; péssimo para os outros torcedores que viam no
goleiro um motivo a mais para ligar a televisão; péssimo para os meninos do futebol, que perderam um exemplo.
Para Marcos, a sabedoria, mais uma vez, mostrou ser excelente.
O pentacampeão mundial é um ídolo de seu time, ainda em boa forma, não espera entrar no ostracismo para deixar os gramados. Tão importante quanto saber lutar
é saber desistir da luta.
Talvez seja essa a maior virtude do goleiro. Marcos foi um
dos mais habilidosos jogadores do futebol brasileiro com certeza, mas foram seu
carisma e suas ações fora de campo que conquistaram tantos fãs palmeirenses ou
não.
A exemplo de Adriano e com a aposentadoria de Marcos, fica a pergunta:
em quem queremos que nosso filhos se espelhem? O futebol precisa de um novo
santo.
@wakkalves
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