terça-feira, 17 de julho de 2012

Obina Maravilha

(Foto: Adriano Lima/Terra)
Obina voltou. Vestiu hoje a camisa que não usava desde 18 de novembro de 2009. Era a 36ª rodada do Campeonato Brasileiro e o Palmeiras, que perdera a liderança após 19 rodadas na ponta, tentava a recuperação contra o Grêmio, no Olímpico. Naquela ocasião, Obina se desentendeu com o então companheiro de equipe Maurício Nascimento e os dois trocaram socos na saída para o intervalo. Finalizada a partida - derrota do Palmeiras por 2 a 0 -, a diretoria alviverde não hesitou em demitir os jogadores. Foi o fim de qualquer ambição palestrina naquela temporada. O alviverde sequer assegurou vaga para a Libertadores de 2010 e a briga entre Obina e Maurício ficou marcada como um dos retratos da decadência do Palmeiras no campeonato.

Até o título da Copa do Brasil, na semana passada, o palmeirense sentia que 2009 não acabara. Desde que deixou escapar o título brasileiro por entre os dedos, naquele ano, o Palmeiras viveu o fardo de não conseguir se impor. Perdeu a vaga na final da Sul-Americana de 2010 para o Goiás em casa, de forma bizonha, e amargou meios de tabela do Brasileirão até que viesse a redenção, na semana passada.

Obina tem a chance de mostrar que 2009 acabou para ele também. Tem a oportunidade de apagar a imagem marcante da confusão que o tirou do clube e, novamente, cair nas graças da torcida alviverde. Apesar da curta passagem pelo Palmeiras - pouco menos de seis meses -, o atacante teve um bom desempenho no time. Foram 12 gols em 47 jogos. Os três mais marcantes, sem dúvida, na vitória sobre o Corinthians, em Presidente Prudente, pelo Campeonato Brasileiro.


Todos sabemos que Obina não é um primor técnico e nem o maior matador do mundo, mas sabe fazer gols. Mais do que isso, é uma figura agregadora. O episódio de 2009 deve ser encarado como fato isolado. Obina é alegre, divertido e espontâneo: o típico ‘jogador de grupo’, se me perdoam o lugar comum. Volta da China, onde passou um ano e meio no Shandong Luneng, para participar do novo momento do Palmeiras. Vem para suprir uma carência no elenco, que só conta com Barcos e Betinho (Betinho!) na posição.

(Foto: Ale Cabral/Ag. Estado)
E aos que se opõem à vinda do atacante alegando que ele é limitado, que briga contra a balança, que seria melhor contratar outro jogador ou mesmo promover um garoto da base, a resposta é simples: Obina tem apelo. É um jogador folclórico, com estrela. Sempre sorridente, costuma ser xodó por onde passa, ganha a simpatia das crianças, faz bem para o time e para a torcida. Quanto à forma física, Obina está bem. Hoje, na sua apresentação, não teve vergonha de tirar a camisa de treino para vestir o manto alviverde. Seu corpo é daquele jeito mesmo, esquisito e troncudo, mas ele não parece acima do peso. 

É evidente que o Palmeiras não o traz para ser titular. O dono da posição é Barcos, indiscutivelmente, e talvez seja esse o maior acerto da contratação de Obina. Ele é o tipo de jogador que, nas palavras de Jorge Ben, entra em campo “sacudindo a torcida”, e marca “gols de anjo, verdadeiros gols de placa”. Então nada mais interessante do que um atacante desse tipo para compor o elenco de um time que se reergue.


Fio Maravilha by Jorge Ben on Grooveshark

3 comentários:

  1. Ótimo texto! Felipe já sabe o que acho desse atacante, né? Dá-lhe, Barack Obina! Mil e uma noite só de gols com você!

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  2. Boa, Felipe. Sempre pontual nos posts!
    Dá uma olhada no Arquibancada Palestrina.
    Hoje temos um post sobre o Obina. Amanhã é sobre o Palmeiras de Barueri.

    http://arquibancadapalestrina.wordpress.com/

    Abs

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  3. Obina maravilha? Você forcou a barra hein, amigo? O cara até é bom, mas mas pra jogar no Vitória! Um texto bem clubista e exagerado!

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