por Felipe Altarugio
Gols fora de casa realmente valem mais? |
A regra, adotada na Copa do Brasil, na Libertadores e na
Champions League, precisa ser revista. A sua aplicação é, no mínimo, sem
sentido algum.
Afinal, o fato de uma equipe ter marcado mais gols na casa
do adversário não faz dessa equipe melhor que o rival. Não há lógica alguma.
O pretexto mais utilizado pelos defensores desse sistema é de
que, com a regra, a equipe que joga fora de casa é obrigada a sair para o jogo,
premiando o time que “valentemente busca marcar gols fora de seu território”.
Balela. O que ocorre, na verdade, é uma distorção técnica e tática do
confronto.
Pra começar, o argumento acima perde grande parte de sua
eficiência se considerarmos a quantidade de equipes que, ao invés de armar a
retranca fora de casa, jogam para não sofrer gols em seu próprio estádio.
Além disso, há uma inversão despropositada, que tira boa
parte da vantagem de decidir a classificação em casa. Ou seja, a equipe que faz
o primeiro jogo como visitante tem uma grande necessidade de marcar um gol.
Caso não o consiga, sua classificação correrá sérios riscos sofrendo um gol em
seu estádio.
E nem sempre, um bom resultado fora de casa é premiado. Se um
time é derrotado em casa por 2 a 1, por exemplo, e vence por 1 a 0 fora de
casa, está eliminado. Por quê? O que faz dessa equipe pior que a outra,
considerando apenas os resultados? Nada.
E podemos ir além. A regra se torna ainda pior nos
campeonatos organizados pela UEFA, nos quais os gols marcados na prorrogação participam
também desse critério. A equipe que decide a classificação em seu estádio tem
um verdadeiro ‘abacaxi’ em potencial em suas mãos. Afinal, joga a primeira
partida fora de casa, tendo 90 minutos para fazer um gol, e tem, no jogo de
volta, 120 minutos para não sofrer o gol.
E a regra ainda fica mais insensata (pasmem) quando acontecem
confrontos disputados no mesmo estádio. Nesses casos, sua aplicação beira o ridículo.
Lembremos, por exemplo, do confronto entre Inter de Milão e
Milan, na semifinal da Champions League da temporada 2002/2003. Após dois
empates, por 0 a 0 e por 1 a 1, a Inter deu adeus ao título simplesmente porque
o seu nome aparecia primeiro na partida que terminou em 1 a 1. Da mesma forma,
o Flamengo foi eliminado na Sulamericana de 2009 pelo Fluminense. Em dois jogos
no Maracanã, empate por 0 a 0 com mando rubro-negro e 1 a 1 na partida que teve
o Tricolor como mandante.
A regra do ‘gol fora’ é absurda. Não promove justiça alguma.
Em alguns casos (nada raros), chega a acontecer o contrário. Está na hora de rever
e banir esse tipo de regulamento. O mais sensato a se fazer é deixar os confrontos
irem para a prorrogação e, se preciso, para a disputa de pênaltis.
Em tempo: a incoerente regra acaba de fazer mais uma vítima.
Pouco antes da conclusão desse texto, o Vasco eliminou o Palmeiras da Copa
Sulamericana, mesmo após derrota por 3 a 1. Isso porque fez 2 a 0 em São
Januário. Justo?
Onde eu assino?
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirEssa regra tem que acabar!
Belo blog, muito bacana. Continuem assim, tenho certeza que a cada dia ele irá crescer muito mais!
ResponderExcluirAbraços,
www.jogosarsenalfc.blogspot.com
Como já havia declarado, partilho da sua opinião. Parabéns pelo post.
ResponderExcluirOnde eu assino? [2]
ResponderExcluirEssa regra é tão tosca que um 0x0 em casa passa a ser bom resultado!
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