sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um minuto de atenção


Nada como assistir a um jogo ao vivo, seja em um pequeno estádio do interior ou em uma grande arena na capital. Subir a rampa de acesso, ouvir os primeiros gritos da torcida e o ritmo frenético do bumbo proporcionam emoções únicas. Mas, infelizmente, elas são para poucos.

Apesar de grandes times possuírem torcedores em todo o país, apenas uma pequena parcela deles pode se locomover até o local do jogo com frequência. Muitos de nós ficamos reféns da televisão aberta, dos canais fechados e, no pior dos casos, dos preços exorbitantes do pay-per-view. E aí - é onde eu queria chegar - haja paciência para tanta falta de emoção.

Foto: Gabriel Uchida / torcida.wordpress.com
No Brasil, está difícil conciliar jogos do seu time com jogos emocionantes, principalmente se você for palmeirense. Em muitos deles, transmitidos depois da novela, é difícil ficar acordado. Quando o sono não vem, somos distraídos por Twitter, Facebook e afins.

Isso ficou bem claro nos recentes amistosos da seleção, contra a Costa Rica e o México - até a equipe decidir jogar e virar o placar. Apesar das vitórias, foram partidas fracas e que não conseguiram prender a atenção dos telespectadores. Além disso, foram disputadas tarde da noite. Um pacote completo, para até o mais animado torcedor trocar de canal.

Mas o que acontece com o futebol nacional? Ele se tornou sem graça? Mesmo torcendo para o time do Palestra e assistindo a mais empates do que qualquer outra coisa, o problema não parece estar dentro de campo. Casos como esse devem ser resolvidos dentro de cada clube. Já a respeito do "abandono" do futebol, a falta de atenção é tanto causa como consequência.

'Causa' porque as confederações que comandam o esporte estão presas ao século passado - vide seus representantes. 'Consequência' porque a nova geração de torcedores tem outra cabeça, ligada à dinamicidade e interatividade. Essa divergência, então, torna difícil a cobrança da atenção que o futebol merece.

Quando moram longe, portanto, os fãs do bom futebol são obrigados a ficar de frente para a televisão. Quando moram perto, muitas vezes são afastados do estádio pelo horário do jogo ou o preço do ingresso. Falta pensar mais no torcedor, para que ele passe a dar mais emoção ao esporte, fazendo deste uma festa.

Os celulares, por exemplo, podem ser usados no futebol de uma forma ainda melhor do que a de Larissa Riquelme. As redes sociais, em vez de competirem na disputa por tempo, podem ser aliadas. Utilizadas - em casa ou na arquibancada - para comentar sobre bons jogos e, quem sabe, interagir com as transmissões. O bom futebol está presente. O que ele realmente precisa é de atenção.

@lucaslbl

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