Antes de
mais nada, gostaria de parabenizar todos os jogadores, comissão técnica e todos
aqueles que participaram dessa brilhante campanha do Sport Club Corinthians
Paulista no Campeonato Brasileiro de 2011. Caso você ainda não tenha visto, confira
outros textos feitos como homenagem ao campeão brasileiro:
Pretendo
ilustrar aqui nesse texto algumas partidas que tiveram brilho especial nessa
campanha que culminou com o título. É claro que todas as vitórias foram importantes, todas valeram três pontos, e, sem uma delas, o Corinthians não seria campeão. Mas algumas tiveram algo a mais, algo que chamasse a atenção dos olhos do torcedor.
26 de junho de 2011 - Corinthians 5 x 0 São Paulo
A primeira partida a ser citada não poderia
ser outra: os cinco a zero que o Timão aplicou no São Paulo no Pacaembu. Aquela
tarde foi histórica para qualquer corintiano, e não poderia ser diferente. O
São Paulo era o atual líder da competição, acumulava 100% dos pontos
disputados e vinha muito forte para o Majestoso (como é chamado o clássico). No
entanto, o Tricolor sofria com os desfalques: para aquela partida não teria
Lucas, que estava com a Seleção Brasileira, Rhodolfo, Miranda, Casemiro e Luís
Fabiano, machucados, e Juan, suspenso. Porém, Marlos vivia boa fase após a eliminação
na Copa do Brasil. Já o Corinthians vinha com o time quase inteiro completo (os
desfalques eram Alessandro e Alex, que ainda não era titular).
Em campo, porém, o jogo não foi nada igual. Logo no primeiro tempo, o Corinthians já
foi melhor, e a disposição tática dos jogadores são-paulinos, que era muito defensiva,
ajudou para que o Alvinegro se impusesse em campo. No entanto, a superioridade
ainda não era suficiente para que o Corinthians conseguisse abrir o placar. Ainda no primeiro tempo, um fator determinante para o decorrer do jogo: Carlinhos Paraíba fez falta dura em Weldinho e, como já possuía amarelo por ter discutido com Paulinho, foi expulso de campo. Isso bastou para
que, no segundo tempo, o Corinthians liquidasse a partida.
Desde o
começo da segunda etapa, o Alvinegro pressionou o rival, e, com apenas um
minuto de jogo, Danilo fez um golaço e abriu o placar. Aos oito minutos, depois
de Rogério Ceni defender uma cabeçada de Paulinho, a bola sobrou limpa para
Liédson aumentar. Aos quinze, o próprio Levezinho girou sobre Xandão e marcou
mais um. Aos 34, Danilo cruzou e Liédson fez seu terceiro, fechando seu hat-trick. Dois minutos depois, Jorge
Henrique chutou de longe, e Rogério falhou: cinco a zero. Essa foi a primeira
grande partida do Corinthians, e foi a primeira que deu realmente esperanças ao
torcedor.
20 de julho de 2011 - Botafogo 0 x 2 Corinthians
No começo questionado, Fábio Santos fez um bom Campeonato (Foto: Agência Estado) |
A segunda partida marcante do Corinthians no
campeonato foi diante o Botafogo. Não tanto por causa do rival, mas porque essa
foi a nona vitória do Timão na competição, momento em que o time abria sete
pontos de vantagem sobre o vice-líder São Paulo. Se em casa, contra o São
Paulo, o Alvinegro demonstrou calma e controle da posse de bola, nessa partida
foi diferente: o Corinthians demonstrou ser um adversário frio, que sabe marcar
muito bem e é impiedoso nos contra-ataques. Aos 43 minutos da primeira etapa,
Fábio Santos aproveitou a avenida deixada por Alessandro, o lateral
botafoguense, avançou por ali e cruzou na medida para que Liédson marcasse.
No entanto,
o Botafogo pressionava e tinha mais posse de bola. Tite fez mudanças que
tiraram um pouco de velocidade do time: tirou o trio ofensivo, formado por Willian,
Jorge Henrique e Liédson, para pôr Edenilson, Emerson e Alex. Aos 41 minutos, um
lance que contribuiu para a queda de rendimento que o time teria nas próximas
rodadas: Júlio César machucou o dedo mínimo em uma defesa simples e teve de
continuar em campo, já que o treinador já havia realizado as três substituições
permitidas. Aos 48 minutos, o Corinthians fechou o placar: Edenilson chutou
forte e Paulinho aproveitou o rebote para fazer o gol.
17 de agosto de 2011 - Atlético-MG 2 x 3 Corinthians
A terceira partida marcante do
Corinthians na campanha foi contra o Atlético-MG. Essa merece ser citada pois
foi uma prova da determinação da equipe paulista. O time dirigido por Cuca
jogava em casa e chegou a abrir uma vantagem de dois gols ainda no primeiro
tempo. Jogo perdido? Pelo contrário. Tite tirou Alessandro e pôs Emerson, e o
Sheik foi essencial para a virada corintiana. Logo com três minutos de segunda
etapa, Emerson recebeu passe de Danilo e mandou para as redes. Cinco minutos
depois, partiu para cima de Réver dentro da área e sofreu o pênalti. O zagueiro
atleticano foi expulso e, na cobrança, Alex empatou para o Timão. Aos 28
minutos, Liédson desempatou e fechou o placar. Emerson ainda sofreu outro
pênalti, só que dessa vez o goleiro Renan Ribeiro defendeu o chute de Alex.
8 de setembro de 2011 - Corinthians 2 x 1 Flamengo
Liédson foi o artilheiro do Corinthians na competição, com 12 gols (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com) |
Esta foi, em minha opinião, a
melhor partida do Corinthians no campeonato. O adversário era o Flamengo, e o
duelo já era esperado, já que em boa parte do campeonato os dois times brigaram
pela liderança. O clima era de decisão, e foi justamente com esse espírito que
o Alvinegro entrou em campo. Logo no começo, encurralou o seu rival, com
Paulinho e Emerson fazendo boa partida. No entanto, o Fla conseguiu suportar a
pressão e revidar bem. Aos 28, Ronaldinho cobrou escanteio, Renato Abreu
desviou e Deivid mandou para o fundo das redes. No restante do primeiro tempo,
o Corinthians até tentou, mas esbarrou na falta de pontaria.
No segundo
tempo, o Corinthians não teve o mesmo controle do primeiro. O Flamengo jogava
mais solto e dominava a partida. O cenário começou a mudar quando, aos 14
minutos, Chicão cobrou falta que bateu no travessão: a pressão corintiana
começava a aumentar. Um minuto depois, Gustavo, do Flamengo, em um ato de covardia,
socou Liédson no estômago. O árbitro, no entanto, não viu o lance. Contudo, a
virada do Corinthians estava próxima. Aos 17 minutos, o próprio Levezinho,
recuperado da agressão, recebeu de Willian e chutou forte para empatar o jogo. A
partir daí, o Todo Poderoso retomou o controle na partida, mas o Fla ainda
assustava nos contragolpes. Por esse motivo, a partida começou a aderir
excessivos traços de tensão, que resultaram em vários passes errados. O alívio
para o Timão só veio no final, ao melhor estilo corintiano: Willian cruzou da
direita, Paulinho chegou a desviar a bola e Liédson empurrou para as redes:
GOL!
2 de Outubro de 2011 - Vasco 2 x 2 Corinthians
Apesar de ter culminado em um empate, essa partida merece ser citada pois foi o encontro de líder e vice-líder. Foi talvez uma das partidas
mais tensas do campeonato: o Corinthians havia perdido a liderança para o Vasco
e a distância era de dois pontos. Por isso, a vitória no confronto direto era
essencial para a disputa do título. No entanto, o Corinthians não contava nem
com Liédson, machucado, nem com Emerson, suspenso. Aos 15 minutos, Dedé pôs o
Vasco na frente na briga pelo título. Porém, o Timão não se deu por vencido e,
aos 20 minutos, empatou com Alex. Danilo recebeu bom passe de Paulinho e rolou
para o meia fazer o gol de empate. No fim do primeiro tempo, o Corinthians
ainda teve um motivo de reclamação (alguns podem discordar, mas, sim, acho que
foi pênalti claramente): Jorge Henrique cabeceou a bola, que bateu no braço de
Fágner (segue o vídeo).
O Vasco
ainda teve tempo de desempatar o jogo: Fágner recebeu de Éder Luís, que fez boa
jogada, e encobriu o goleiro Júlio César. O Corinthians não conseguiu se impor
no jogo, mas, mesmo assim, aos 23 minutos do segundo tempo, chegou ao empate após cabeçada de
Danilo. A partir desse momento, o Corinthians pressionou, teve várias chances
com Danilo e Willian, mas não conseguiu desempatar. Com o resultado, a
distância de dois pontos continuou, mas o Corinthians retornou à liderança logo
na rodada seguinte, quando o Vasco perdeu para o Internacional por três a zero e
o Corinthians venceu o Atlético-GO pelo mesmo placar.
20 de novembro de 2011 - Corinthians 2 x 1 Atlético-MG
Essa vitória merece um destaque
especial pela força de determinação do time, aliada à volta de um craque. No
domingo, o Corinthians entrou em campo para enfrentar o Atlético-MG pela 36ª rodada
pressionado, já que o Vasco havia vencido seu jogo contra o Avaí no sábado e tomado
a liderança do Timão provisoriamente. No primeiro tempo, o controle da partida
foi visível: o time paulista tinha quase 65% de posse de bola, mas pecava nas
finalizações. O Atlético-MG marcava bem, e Pierre, ex-Palmeiras, fazia boa
partida na marcação de Danilo, principal armador da equipe em campo, já que
Alex estava no banco.
No segundo
tempo, um jogo totalmente diferente: logo aos dez minutos, o Atlético-MG abriu
o placar com jogada ensaiada. A partir daí, o Corinthians partiu para cima. Só
a vitória interessava. Perder a liderança em uma etapa tão crucial como essa
seria irrecuperável. Tite pôs em campo Adriano e Alex nos lugares de Willian,
que vinha fazendo bom jogo, e Danilo. O Atlético não tinha força para cadenciar
o jogo ou mesmo atacar, e, por isso, gastava tempo com reposições de bola, “cai-cai”
do goleiro e atendimento médico.
Mas o
Corinthians não se deu por vencido, e, aos 32 minutos, empatou o jogo com
Liédson. Alessandro, que há muito tempo não fazia um bom jogo com a camisa
corintiana, avançou pela direita e cruzou pela medida para o camisa 9 empatar.
O resultado já punha o Timão na liderança novamente, mas dessa vez com o mesmo
número de pontos (ficando à frente apenas no número de vitórias) do Vasco. Mesmo assim,
o Corinthians continuou pressionando. Até que, aos 43, Neto Berola perdeu bola
no ataque e o Todo Poderoso mostrou que é impiedoso no contragolpe. Emerson
arrancou e passou para Adriano, que ajustou sua passada e finalizou com rara
felicidade. O Imperador estava sem ângulo, mas o chute foi perfeito, e ainda
bateu na trave antes de balançar as redes. O ressurgimento de um craque, a afirmação
de um time.
Aqui é Corinthians!
Um time que
não deixou de lutar em momento algum do campeonato. Marcado por viradas como
essas duas citadas contra o Atlético-MG, além da vitória contra o Avaí, que não
foi citada. Um time que tem a capacidade de dominar um jogo, como mostrou
contra o São Paulo e no primeiro tempo contra o Atlético-PR no Pacaembu. Um
time que sabe muito bem marcar e sair para o contra-ataque. Um time completo.
Eu já disse várias vezes para amigos meus e repetirei: se os mesmos jogadores
que hoje estão no Corinthians estivessem no América-MG (respeito o América, mas
a força das duas camisas nem se comparam), sua equipe alcançaria o oitavo,
sétimo lugar, talvez até brigasse pela última vaga da Libertadores. Mas o espírito
de entrega e de luta que envolve o Corinthians foi determinante para a
conquista do pentacampeonato. Mais do que o esquema tático, mais até do que os
próprios jogadores. Viva o espírito guerreiro do Corinthians, tão bem
representado por esse elenco de 2011. Parabéns!
@Gabriel_gch
Isso aí rapaz....Aqui é Corinthians
ResponderExcluirExcelente texto.
Sua análise e retrospectiva estão corretissimas. Apesar de não ser corintiano, parabenizo a todos, pois foi um título mais que merecido.
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